Capitalização da Petrobras gera insegurança no mercado financeiro
O mercado está inseguro em relação à capitalização da Petrobras. Essa é a avaliação de deputados do PSDB diante da notícia de que a maior gestora de recursos do mundo e principal investidora privada da estatal, a empresa norte-americana BlackRock, reduziu o investimento em ações da estatal devido às incertezas sobre a operação no mercado financeiro.
Desde o início do ano, o valor de mercado da empresa já caiu cerca de 25%. Na avaliação do deputado Luiz Paulo Vellozo Lucas (ES), a desvalorização das ações da companhia não é resultado apenas das incertezas geradas pela capitalização, mas, sobretudo, devido à má gestão do governo Lula na estatal. Segundo ele, a capitalização é o maior equívoco estratégico na história recente do Brasil.
“O padrão gerencial é responsável pelo início da queda no valor das ações. A administração petista é um desastre na Petrobras. As mudanças na Lei do Petróleo são a invenção mais grotesca do PT. A função social da empresa é remunerar o investidor e a desvalorização tira fonte de financiamentos”, analisou.
A capitalização, diz o tucano, será realizada com reservas de petróleo que ainda não foram descobertas e nem mesmo avaliadas. “Ninguém sabe o custo dos barris de petróleo. A prática monopolista da estatal, como única responsável pela exploração do petróleo, faz com que o brasileiro pague a gasolina e o diesel mais caros do mundo para financiarem investimentos da Petrobras cujos interresses são partidários”, declarou Vellozo.
O deputado Duarte Nogueira (SP) lembrou que o PSDB vem fazendo alertas sobre os ricos da capitalização desde que os projetos do pré-sal chegaram ao Congresso. “A mudança no marco regulatório do petróleo só traz prejuízos para o país e para Petrobras. Essa ânsia de aumentar o poder da estatal não fortelece a empresa e não traz benefícios. A insegurança jurídica afasta investimentos”, apontou.
Segundo o gestor de ativos para a América Latina do BlackRock, Willian Landers, devido ao atraso na operação e as incertezas com seu tamanho e o preço dos barris, a Petrobras "vai andar de lado" até a operação ser definida.
Depois que a operação ficar clara, diz Landers, a estatal voltará a ser uma das preferidas do BlackRock. Mas, se os barris vierem com preço alto, afirma, há risco de a operação não ser aceita pelo mercado. “Se a avaliação dos barris for alta demais, o mercado não aceita, desvaloriza o capital dos investidores e será um fracasso. Se for muito baixa, o Brasil vai entregar sua riqueza de graça, a preço de banana”, ressaltou Vellozo Lucas.
A fuga do investidor
→ Sediado em Nova York, o BlackRock tem US$ 3,15 trilhões sob administração, em ações, renda fixa, imóveis e investimentos alternativos.
→ Até o fim de 2009, o BlackRock detinha 6,16% das ações preferenciais (sem voto) da Petrobras. É o único investidor privado conhecido publicamente por ter mais de 5% das ações preferenciais.
→ Além do BlackRock, são conhecidos apenas a controladora União, a Previ (fundo de pensão do Banco do Brasil) e o BNDES, que possuem participações maiores.
(Reportagem: Alessandra Galvão/Foto: Eduardo Lacerda)
22 de jul. de 2010
Falta de gestão
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Reprodução autorizada das matérias desde que citada a fonte (Diário Tucano)
Mudanças climáticas
Encontro com especialistas debaterá limites de emissão de CO2
→ A decisão de realizar o evento no Brasil foi tomada em abril deste ano, na África do Sul, durante reunião dos ministros de Meio Ambiente dos países que formam o grupo Basic. Durante o encontro, o grupo também cobrará o financiamento destinado às nações emergentes de US$ 10 bilhões. Esse mecanismo é uma promessa das nações ricas e o dinheiro poderá ser usado para medidas contra o aquecimento global.
Nesse final de semana acontecerá no Rio de Janeiro mais uma reunião do grupo Basic (Brasil, China, Índia e África do Sul) para discutir mudanças climáticas. O principal tema do encontro é a criação de um limite equilibrado de emissão de CO2 para países ricos e emergentes. Segundo especialistas, há um limite de concentração de gases na atmosfera para garantir que a temperatura do planeta não ultrapasse o aumento previsto de 2º C. Por isso, cada país precisa definir qual será a sua fatia de emissões, o que poderá garantir a preservação do meio ambiente.
O deputado Ricardo Tripoli (SP) espera que a reunião seja produtiva, mas acredita ser difícil cumprir as metas estabelecidas de redução de gases de efeito estufa depois da reforma do Código Florestal. "Esse é o grande problema que temos hoje no país: o presidente Lula ter aceitado essa reforma. O Brasil regrediu porque o governo se omite com essa situação", ressaltou.
De acordo com o tucano, é preciso fazer uma avaliação do que está acontecendo no Brasil em relação às queimadas das florestas. Para Tripoli, o governo tem uma posição contraditória sobre o tema. O Planalto defendeu, diz o deputado, a preservação ambiental na conferência internacional em Copenhague, mas apoiou as alterações do código na Câmara.
Em entrevista ao jornal "O Globo", a presidente do Comitê Científico do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas e vice-presidente do grupo de mitigação do IPCC, Suzana Kahn, disse que a chamada equidade de emissões deverá ser feita com critérios como a responsabilidade histórica de cada país nas emissões (o quanto cada país emitiu no passado), combinada com a atual necessidade de crescimento das nações.
O deputado Duarte Nogueira (SP) disse que o encontro será de grande importância, principalmente para que o país saiba como poderá crescer respeitando o meio ambiente. "Temos um programa de energia limpa que nenhum outro país tem. É preciso trabalhar o uso da tecnologia para promover o nosso desenvolvimento sustentável", afirmou.
→ A decisão de realizar o evento no Brasil foi tomada em abril deste ano, na África do Sul, durante reunião dos ministros de Meio Ambiente dos países que formam o grupo Basic. Durante o encontro, o grupo também cobrará o financiamento destinado às nações emergentes de US$ 10 bilhões. Esse mecanismo é uma promessa das nações ricas e o dinheiro poderá ser usado para medidas contra o aquecimento global.
(Reportagem Letícia Bogéa/Fotos: Eduardo Lacerda)
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