15 de jun. de 2010

Decisão eleitoreira

Decisão do governo de antecipar leilão de Belo Monte é eleitoreira e precipitada, diz Wandenkolk

O deputado Wandenkolk Gonçalves (PA) declarou nesta terça-feira (15) que a aprovação antecipada do resultado do leilão da usina de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará, é “eleitoreira” e “precipitada”. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vai votar hoje a homologação - antecipando em cerca de 15 dias o cronograma oficial do processo de concessão da usina da hidrelétrica. Pela programação inicial do governo e da Aneel, a chancela da licitação ocorreria somente em 1º de julho.

Na avaliação de Wandenkolk, a antecipação do cronograma acontece para justificar a visita às obras de Belo Monte do presidente Lula e de sua candidata à Presidência, Dilma Rousseff. A ida dos petistas à região está prevista para o próximo dia 22 de junho.


“A ação do governo é precipitada. O governo passou oito anos prometendo e não realizou uma obra sequer naquela região, agora eles precisam chegar lá com uma boa notícia. Lula e Dilma vão transformar essa antecipação, que é precipitada, em um palanque eleitoral”, condenou. O tucano disse que com a aceleração das datas, Lula tenta reparar e justificar a falta do cumprimento dos seus compromissos de campanha.

Segundo reportagem do jornal “O Estado de São Paulo”, no governo e no consórcio Norte Energia, vencedor da licitação, existe uma clara preocupação em acelerar o processo para que a construção comece o quanto antes. A ideia é ter homens trabalhando em setembro. A antecipação acarreta vantagens econômicas, mas também dividendos políticos.

→ Pelo cronograma da Aneel, o contrato de concessão da usina deveria ser assinado em setembro. Mas a intenção do consórcio vencedor do leilão é assinar o documento dois meses antes - em julho. Com todas essas antecipações, a previsão é de que a usina comece a gerar energia em julho de 2014, seis meses antes da expectativa original.

→ Há 25 anos a construção da usina de Belo Monte na Bacia do rio Xingu, no Pará, gera polêmica por causa dos impactos que a obra trará à região. Um dos pontos discutidos é que tipo de assistência os moradores das 11 cidades que serão atingidas pela barragem terá do governo federal.

(Reportagem: Alessandra Galvão/Foto: Eduardo Lacerda)

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