Especialista critica desprezo do governo com banco de desaparecidos
O professor de genética molecular e chefe do laboratório de DNA Forense da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Luiz Antônio Ferreira da Silva, foi ouvido na CPI do Desaparecimento de Crianças e Adolescentes da Câmara nesta quinta-feira (22).Convidado para esclarecer seu trabalho com o banco de dados de pessoas desaparecidas e com o banco de DNA em seu estado, Silva reprovou a falta de empenho do governo na adoção do projeto.
Cinco anos de espera - Segundo ele, o investimento necessário para a instalação de um banco de dados de desaparecidos não ultrapassaria R$ 2 milhões, sendo que o custo anual de manutenção seria de R$ 3 milhões. “Não existe hoje uma política definida dentro do Ministério da Justiça. Eu os procuro há cinco anos e até hoje não há nada registrado quanto às minhas propostas de implantação do banco de dados de pessoas desaparecidas”, afirma o professor.
A relatora da CPI, deputada Andreia Zito (RJ), concorda com a crítica do professor. Para ela, o governo ainda não descobriu a necessidade do banco. “O poder público ainda não abraçou esta ideia. A nossa comissão de inquérito tem por objetivo mostrar a importância e cobrar que o banco nacional de dados de pessoas desaparecidas seja implantado”, destacou.
De acordo com o sistema proposto pelo professor, ocorreria um confrontamento de informações entre o banco de dados de pessoas desaparecidas e o banco de dados de DNA. O Banco de DNA é formado com informações de ossadas e corpos não identificados enviadas pelo IML ao laboratório de DNA Forense de Alagoas, único a gerenciar este banco no país. Atualmente existem 17 laboratórios de DNA Forense no Brasil.
“O banco de dados dos desaparecidos seria alimentado pela polícia na hora em que as famílias registrassem o boletim de ocorrência. E enquanto a polícia investiga o caso, o banco dispara alertas para rádios, TVs, sites e jornais sobre o desaparecimento das crianças. Após 30 dias de desaparecimento, os familiares da criança seriam chamados para doarem voluntariamente uma amostra de DNA, que posteriormente poderiam ser confrontados com o Banco de DNA”, explicou o especialista. Ainda de acordo com o professor, com base em estatísticas de outros países é possível dizer que ocorram 300 mil desaparecimentos por ano no país. (Da redação com assessoria da CPI/Foto: Eduardo Lacerda)
22 de out. de 2009
Falta coragem
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Andreia Zito
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