O 1º vice-líder do PSDB na Câmara, deputado Duarte Nogueira (SP), criticou a ineficiência do governo federal para aproveitar o potencial competitivo do Brasil. Dados citados pelo tucano da tribuna revelam que falhas da gestão do presidente Lula deixarão uma verdadeira “bomba relógio” para o seu sucessor.
Planalto apenas colhe o que foi plantado - “O crescimento demográfico e a elevação do poder aquisitivo nos países mais populosos representarão oportunidades de mercado. Por todo o potencial que dispõe, o Brasil poderá elevar substancialmente sua participação no comércio internacional, que hoje é de 1,2%, e se consolidar como um grande fornecedor de comida e energia”, destacou.
De acordo com a FAO (Organização para Alimentação e Agricultura), até 2050 o mundo terá 9,1 bilhões de habitantes, ante os 6,8 bilhões atuais. A Índia será o país mais populoso do mundo, superando a China, e estima-se que apenas 10% da população mundial estará vivendo nos países desenvolvidos. Em 2050, metade do Produto Interno Bruto mundial será dos Brics - Brasil, Rússia, Índia e China.
Já o Relatório de Competitividade Global, divulgado pelo World Economic Forum aponta que, entre 133 países avaliados, o Brasil é o 56º em competitividade. Em 2007, ocupava 72º lugar. “No entanto, a melhora no ranking não foi o resultado de políticas públicas de estímulo à produção, mas é fruto do setor empresarial inovador e sofisticado, do tamanho do mercado e da melhora na área de estabilidade macroeconômica”, ponderou o deputado.
Ainda segundo o estudo, o Brasil teve péssimo desempenho nos quesitos impacto dos impostos, regulação estatal e educação. “Isso mostra o desperdício de dinheiro público. O Brasil pode ser ultrapassado por países com potencial inferior, mas com maior capacidade gerencial e políticas públicas eficientes”, resumiu.
O deputado alertou também para a execução do Programa de Aceleração do Crescimento, lançado em 2007. Até o último dia 13, de acordo com o Siafi, apenas 23,4% dos R$ 27,9 bilhões da dotação autorizada para 2009 foram efetivamente pagos. “Anunciado como a solução para os gargalos da infraestrutura, o PAC não sai do lugar. É um fiasco gerencial. Trata-se de uma peça publicitária, de uma plataforma de lançamento de candidatura petista à sucessão presidencial”, criticou.
Duarte destacou ainda que o presidente Lula colhe o que foi plantado por seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso. “O Brasil não foi criado em 2003, embora o governo se esforce para convencer a sociedade do contrário. Talvez estejamos vivendo nosso melhor momento, não por força única e exclusiva deste governo. O PSDB tem uma parcela muito expressiva de contribuição. As duas gestões FHC foram estruturantes”, afirmou.
O 1º vice-líder da bancada tucana destacou marcos do governo tucano, como a criação do Plano Real e a implementação de programas como Proer (Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional), o Bolsa Alimentação, o Bolsa Escola, o Vale Gás, o Pronaf, de estímulo à agricultura familiar, e a Lei de Responsabilidade Fiscal, vigente desde 2000.
“Já as heranças deixadas pelo atual governo são os gastos públicos desenfreados e a cobrança exarcebada de impostos, comprometendo o futuro do país”, concluiu. (Reportagem: Alessandra Galvão/ Foto: Ag. Câmara)
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