30 de nov. de 2009

Estado de calamidade

Tucanos criticam descaso do Planalto com as estradas federais

Deputados do PSDB criticaram nesta segunda-feira (30) a baixa execução, pelo governo federal, dos recursos destinados à construção, adequação e manutenção de estradas em todo o país. A um mês do fim do ano, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) aplicou somente 31% de seu orçamento de R$ 8,4 bilhões destinados à melhoria das rodovias - o equivalente a R$ 2,6 bilhões.

Incompetência petista - Estradas que cortam estados como Pará e Amazonas simplesmente não existem mais, tamanha a precariedade em que se encontram. “Os dados são o retrato da situação do país. Enquanto o Planalto gastou apenas um terço dos recursos para recuperação das estradas federais, verba para propaganda não falta. Investir em publicidade sempre foi prioridade para a atual gestão, deixando em segundo plano as obras de infraestrutura. É uma prática antiga do PT”, criticou o deputado Nilson Pinto (PA).

Apenas no que se refere proporcionalmente à manutenção de estradas – sem levar em conta a construção e a adequação das mesmas – os dados também refletem o descaso. Apenas 28% do que estava previsto no orçamento para esse fim - R$ 1,1 bilhão - foram executado pelo Dnit, segundo dados oficiais e da ONG Contas Abertas. O estado do Pará é um dos que mais agoniza, de acordo com a Confederação Nacional de Transportes (CNT). Em visita recente às BRs do estado, cinco delas foram classificadas como regulares e outras três como ruins.

“Não é nenhuma surpresa termos as piores estradas do país. No Pará, 22% da população moram na capital e 78% dos moradores estão espalhados pelo interior do estado. Diante disso, a manutenção das estradas é absolutamente fundamental, mas o péssimo estado das rodovias deixa vários municípios em estado de pré-calamidade. Não há planejamento neste governo”, reprovou Nilson Pinto.

“É uma incompetência muito grande e prova de má gestão. O recurso existe, já está aprovado, mas o governo não o aplica. Lamentavelmente o brasileiro paga muito caro para ter um veículo e é obrigado a circular em péssimas condições”, lamentou o deputado Carlos Alberto Leréia (GO), integrante da Comissão de Viação e Transportes da Câmara.

Os recursos previstos no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) seriam um alento para as estradas brasileiras, não fosse também a pífia execução. Até o último dia 14, de acordo com dados do Siafi, somente 25% do total de R$ 8,5 bilhões - o correspondente a R$ 2,2 bilhões – tinham sido pagos pelo governo. As estradas que cortam o Distrito Federal, por exemplo, receberam somente 7% da verba prevista para 2009. (Reportagem: Rafael Secunho/Fotos: Du Lacerda)

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