As falhas na atuação da polícia e de órgãos de segurança pública contribuem para dificultar a solução de problemas relacionados ao sumiço de crianças e adolescentes. O alerta foi feito nesta terça-feira (15) pela relatora da CPI dos Desaparecimentos, deputada Andreia Zito (RJ), em audiência pública com a presença do secretário de Segurança Pública e o chefe de Polícia Civil do Rio de Janeiro, José Beltrame e Allan Turnowski, respectivamente.
Divergências - “Muitas vezes os familiares não têm o apoio da polícia quando procuram a delegacia para fazer o registro imediato do desaparecimento. Essa recusa leva a consequências gravíssimas. A partir do momento em que os agentes se negam a registrar o boletim de ocorrência, isso é sim um problema de polícia”, disse a deputada ao contestar a tese dos depoentes de que essa não é uma questão policial, mas social.
As autoridades também relataram ações da segurança estadual no combate ao sumiço de menores. Para a tucana, os depoimentos mostraram a necessidade de aumentar o número de policiais e de especializar os profissionais da segurança pública do Rio de Janeiro e de outros estados no combate aos desaparecimentos.
Outra divergência ocorreu quando Turnowski questionou a necessidade da criação das delegacias especializadas contra desaparecimentos. Andreia discorda dele. “A investigação dos sumiços e de homicídios deve ser distinta. É importante ter delegacias especializadas para as crianças, assim como existe a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher”, ponderou.
A tucana também defendeu a integração de diversos setores e a unificação dos dados do desaparecimento de crianças. “Há a necessidade de integrar o conselho tutelar e as delegacias de polícia e de unificar as estatísticas de desaparecimentos. Cada um apresenta seus dados: o SOS Criança, a polícia, a ONG Mães do Brasil. Os números desencontrados dificultam o trabalho de investigação”, alertou. (Reportagem: Alessandra Galvão/ Foto: Du Lacerda)
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