Inoperância

Governo trata combate à gripe suína com desdém

O líder do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP), criticou nesta terça-feira (24) o desdém com que o governo Lula trata a saúde pública no país e o combate à gripe suína. Durante a discussão em plenário da MP 469, que tem como objetivo destinar recursos a dois ministérios (Saúde e Transportes) para promover ações contra a Influenza A, o tucano lembrou que o Planalto já havia editado medida provisória neste ano com créditos para o mesmo objetivo, mas executou somente 3,4% do recursos aprovados para combater a doença.

Incapacidade - “O governo edita uma medida provisória e é incapaz de usar o dinheiro. Isso ocorre porque a atual gestão trata com desdém a saúde pública ou porque deve ser incapaz de fazer um planejamento adequado do uso dessa verba nas fronteiras numa ação preventiva competente, na fabricação de vacinas ou na aquisição delas fora do Brasil”, lamentou Aníbal.

O deputado usou dados do Siafi mostrando que de um total de R$ 2,27 bilhões liberados para combater a pandemia de Influenza A, apenas R$ 77 milhões foram usados pelo Planalto. Por isso, o líder disse que não era necessária urgência e relevância para a votação da MP 469, que libera mais R$ 2,1 bilhões para a mesma finalidade. A matéria - que seria apreciada hoje - acabou tendo a votação transferida para esta quarta-feira (25).

“Ninguém desconhece os perigos e a gravidade dessa situação relativa à gripe suína. Mas já era para o governo ter investido quase a totalidade desses recursos. Isso é sinal de desdém e inoperância diante dessa questão”, reiterou o tucano.

O plenário começaria a votar nesta terça-feira também o segundo projeto que regula a exploração de petróleo na camada pré-sal. Mas como a MP tranca a pauta, a proposta só poderia ser votado logo após. Depois da aprovação do PL que trata da criação da Petro-Sal na última semana, o próximo a ser apreciado é o que institui o regime de partilha para a exploração das áreas ainda não licitadas na camada. No entanto, polêmica envolvendo a distribuição de royalties entre os estados também adiou a votação para esta quarta. (Reportagem: Rafael Secunho)