Aníbal alerta para risco de desequilíbrio das contas públicas
O líder do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP), demonstrou preocupação nesta quinta-feira (26) com as novas desonerações feitas pelo governo para estimular o consumo em tempos de crise. O último setor beneficiado foi o de móveis, que terá as alíquotas zeradas até março de 2010. Segundo o tucano, a gastança exagerada patrocinada pelo Planalto somada à redução de impostos pode desequilibrar as contas públicas.
Volta da inflação - “A desoneração é sempre bem-vinda, até porque o povo já paga impostos demais. Mas o governo gasta mais do que deveria. Isso desorganiza as contas públicas e o resultado é o pior de todos: a volta da inflação, algo que ninguém quer. Todo mundo sabe que os que mais sofrem com isso são os pobres e os trabalhadores”, lembrou o tucano.
O pacote de desonerações promovido pela atual gestão já soma R$ 25 bilhões este ano e consiste na redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em diversos setores, como indústria automobilística, eletrodomésticos da linha branca e construção civil. Com a economia já aquecida, especialistas temem pela alta de juros e o retorno da inflação. Além disso, os municípios perdem parte da arrecadação que viria com os recursos do IPI.
“A prefeitura é prejudicada com as reduções de IPI, que já não são mais necessárias em alguns casos. Passada a pior fase da recessão, é preciso refazer o que foi adotado no momento anterior”, alertou Aníbal.
Já o deputado Luiz Paulo Vellozo Lucas (ES) acredita que o governo federal faz bondades com "o chapéu alheio" ao usar dinheiro da cota de estados e municípios na partilha do IPI para faturar politicamente com segmentos do setor produtivo nacional. Segundo ele, é urgente a redução dos gastos com custeio da máquina e o incremento dos investimentos em infraestrutura, que estão em baixa.(Reportagem: Rafael Secunho com Rádio Tucana/Foto: Du Lacerda)
26 de nov. de 2009
Cautela
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