5 de mai. de 2010

A passos de tartaruga

Torres: situação das obras para a Copa 2014 é “constrangedora”


Presidente da subcomissão de fiscalização da Copa de 2014, o deputado Silvio Torres (SP) criticou, nesta quarta-feira (5), a leniência do governo na construção e reforma de estádios para o megaevento esportivo. Na avaliação do deputado, o Brasil está passando por um constrangimento internacional.

“Desde que fomos escolhidos como país-sede da Copa, pouquíssimas iniciativas ocorreram, muito menos obras. Alguns estados e municípios não têm capacidade de se endividar e seus investimentos podem acabar sendo assumidos pelo governo federal”, lamentou o tucano.

O governo se comprometeu em realizar reformas de mobilidade urbana, além de modernização e construção dos estádios dentro do prazo determinado pela Fifa. A data estipulada pela entidade para o início das obras era 3 de abril, mas acabou prorrogada para 3 de maio. Ainda assim, há projetos nos estados que ainda nem saíram do papel e que não estão em conformidade com o exigido pela Fifa. Em Natal, por exemplo, não foi sequer publicado o edital para a construção do estádio Arena das Dunas.

Torres chamou a atenção para o relatório enviado pelo secretário-geral da entidade, Jerome Valcke, criticando duramente o atraso nas obras. “A Fifa puxou as orelhas do Brasil, na última segunda-feira (3), lembrando que é preciso melhorar muito para poder cumprir aquilo que está planejado. Hoje o que temos é um pacote de problemas, dificuldades e preocupações”, concluiu.

No próximo dia 14, a subcomissão realiza uma audiência pública, em São Paulo, com o objetivo de analisar os atrasos de obras de adaptação de estádios e de mobilidade urbana. No dia 25, está prevista uma reunião na Câmara com especialistas em segurança nos estádios.

Cidades-sede ainda podem mudar
→O Comitê Organizador Local da Copa 2014 (COL-2014) iniciou a partir de hoje uma vistoria nos 12 estádios brasileiros que sediarão jogos. A inspeção serve como último alerta e a ideia é excluir quem não avançar até setembro. As 12 cidades-sede do Mundial são: Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Recife e Salvador.

Pan de 2007: a história não pode se repetir
→Os últimos Jogos Panamericanos, no Rio de Janeiro, custariam R$ 400 milhões e as despesas seriam bancadas pela iniciativa privada. O evento, porém, custou mais de R$ 4 bilhões e os empresários do setor privado não colocaram a mão no bolso. As contas foram pagas pelos governos federal, estadual e municipal. O legado deixado pelo Pan, do ponto de vista social e esportivo, acabou não saindo do papel.

(Reportagem: Renata Guimarães / Foto: Eduardo Lacerda)

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