Tasso Jereissati mantém relatório contra Venezuela no Mercosul
O senador Tasso Jereissati (CE) fez duras críticas nesta quarta-feira (28) ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, a quem acusou de perseguir judeus, prender estudantes e jornalistas opositores e de expropriar empresas e indústrias. "O governo de Chavez faz coisas que imaginávamos que não existissem mais, como perseguir judeus", lamentou o tucano.
Jereissati é o relator da proposta de adesão da Venezuela ao Mercosul sob exame na Comissão de Relações Exteriores do Senado. Por causa das "violações às regras da democracia" no país, o senador decidiu rejeitar o ingresso da Venezuela ao bloco econômico. Ele afirmou que não irá mudar o relatório, que tem votação prevista para esta quinta-feira (29).
O senador disse que o prefeito de Caracas, o social-democrata e oposicionista Antonio Ledezma, teme que a rejeição ao ingresso da Venezuela no Mercosul amplie a pressão de Chávez sobre a oposição e aumente o isolamento do país. "Ele afirmou que, ao negarmos acesso à Venezuela ao bloco, Chavez pode vir a sufocar ainda mais a liberdade de opinião no país", disse o parlamentar.
Já o senador Alvaro Dias (PR) afirmou que o Brasil não pode ter como parceiro comercial um governo que expropria bens privados de forma tão "acintosa". "Só porque ele não foi bem recebido num hotel em Isla Margarita, mandou expropriá-lo", disse. Esse estabelecimento da cadeia Hilton teve os bens transferidos para a empresa estatal Venetur em decisão tomada pelo governo no dia 6 passado.
Além disso, o governo Chavez expulsou no começo do ano o embaixador de Israel em Caracas por causa da ofensiva do país contra Gaza. Em 2007, uma operação dos serviços de inteligência contra a Sociedade Hebraica de Caracas ganhou o repúdio da OEA. "Chávez quer se integrar ao Mercosul ou quer subordinar o Mercosul ou seu projeto bolivariano?", questionou Alvaro Dias. (Da Agência Tucana/ Foto: Ag. Senado)
28 de out. de 2009
Democracia violada
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