28 de out. de 2009

Vinda inoportuna

Bruno Araújo reprova convite para presidente do Irã visitar o Brasil


O deputado Bruno Araújo (PE) questionou o convite do Itamaraty ao presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, para visitar o Brasil em novembro. "Mesmo para aqueles que defendem a política externa do presidente Lula, isso é um equívoco para um país que defende princípios completamente diferentes daqueles professados pelo líder iraniano", reprovou o tucano, que disse estar "profundamente preocupado" com essa visita.

Grandes diferenças - Em pronunciamento nesta quarta-feira (28), o parlamentar questionou que tipo de contribuição Ahmadinejad pode oferecer à maneira brasileira de administrar a economia e a política. "Exceto no gabinete da chefia do Itamaraty, até o momento não foi possível encontrar um só brasileiro capaz de responder positivamente a essa insistente pergunta", lamentou Bruno Araújo.

O parlamentar do PSDB fez comparações para mostrar a grande diferença entre os dois países. "O Brasil é um dos maiores exemplos internacionais de defesa e prática de convivência em paz com seus vizinhos e parceiros políticos e econômicos. O Irã, ao contrário, desenvolve um programa nuclear clandestino, condenado recentemente na ONU por líderes mundiais", citou Araújo como exemplo. Segundo ele, não há qualquer identidade entre os dois países na maneira de conduzir essa questão estratégica.

Segundo ele, o mesmo ocorre em relação ao debate sobre a existência do Holocausto e a morte de seis milhões de judeus nos campos de concentração nazistas durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). "Em recente declaração, Ahmadinejad negou a existência desse fato histórico, comportamento que chocou a comunidade mundial. Já o Brasil, ao contrário, não apenas crê em sua ocorrência como o repudia", completou. Segundo ele, de todas as óbvias razões para o presidente Lula não receber e festejar com Ahmadinejad, esta é mais contundente.

O deputado também citou outras questões que envolvem o Irã, como as denúncias de fraudes nas eleições, a prática de apedrejar mulheres acusadas de adultério, considerar a homossexualidade crime passível de pena de morte, reprimir violentamente a dissidência política e perseguir de maneira criminosa os adversários do presidente da República. (Reportagem: Marcos Côrtes/Foto: divulgação)

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