Oposição diz que CPI da Petrobras "é uma farsa" e abandona reunião
Senadores do PSDB que compõem a CPI criada para investigar irregularidades na gestão petista da Petrobras denunciaram nesta quarta-feira (28) a transformação da comissão numa "farsa" destinada a impedir as apurações. Alvaro Dias (PR) e Sérgio Guerra (PE) decidiram se retirar da sessão realizada hoje em protesto contra o que classificaram de "manipulação governista". Segundo os parlamentares, o objetivo dos aliados ao Planalto na comissão é arquivar os requerimentos da oposição, cercear a liberdade de investigação e determinar a escolha de depoentes.
Desmoralização - "Não temos alternativa a não ser deixar a sessão e denunciar o aparelhamento da CPI. Se não temos como investigar, vamos denunciar", afirmou Alvaro Dias. Para Sérgio Guerra, a sociedade esperava resultados. "O governo desmoraliza a CPI ao impedir que seus objetivos legítimos se cumpram", lamentou.
Os senadores do PSDB decidiram que vão enviar ao Ministério Público Federal (MPF) todas as denúncias recolhidas pela comissão. Segundo eles, os procuradores do MPF podem agir de duas maneiras ao receber as denúncias: provocar a Justiça Federal para que instaure inquérito para apurar as irregularidades ou abrir uma investigação administrativa por ofício, que é uma Ação Civil Pública.
A gota d´água que determinou a atitude de Guerra e Dias foi a troca, em cima da hora, do depoimento previsto para ocorrer nesta quarta. Para os parlamentares, a substituição do depoente por outros dois foi feita a fim de não permitir que a oposição tivesse tempo de tomar conhecimento da manobra governista. "Foi mais um desrespeito", disse Alvaro Dias.
Dentre as irregularidades apontadas pelos senadores e que serão encaminhadas ao MPF, está o superfaturamento de R$ 64,3 milhões nas obras de terraplanagem da refinaria Abreu e Lima, construída pela Petrobras em Ipojuca (PE). Outras denúncias dizem respeito à contratação, pela Petrobras, de empresas acusadas de formar uma quadrilha para fraudar licitações da estatal. O caso foi duramente criticado por Guerra. Ele considerou um "absurdo" que empresas que já fraudaram a Petrobras tenham voltado a realizar contratos com a estatal. (Da Agência Tucana/ Foto: Valdemir Rodrigues)
28 de out. de 2009
Manipulação governista
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