29 de dez. de 2009

Infraestrutura fraca

Tucanos culpam governo por falta de investimentos em logística

O líder do PSDB na Câmara, deputado José Aníbal (SP) criticou nesta terça-feira (29) a falta de investimentos do governo federal em infraestrutura logística. O tucano analisou matéria publicada no jornal Valor Econômico onde são relatadas as dificuldades que grupos não tradicionais de mineração têm enfrentado no transporte e embarque em portos.

De acordo com o levantamento feito pelo jornal, os investimentos das pequenas mineradoras para os próximos cinco anos são de cerca de US$ 12 bilhões, mas os projetos correm o risco de não saírem do papel em vários estados por falta de porto público ou direito ao uso de ferrovias.

“O governo é avesso ao investimento, não planta mas quer colher e o desafio permanente é continuar investindo para produzir crescimento”, alertou o economista. Para Aníbal, o governo não tem buscado soluções para os problemas das pequenas mineradoras e por isso a competitividade fica abalada, além da própria economia que deve sentir os efeitos do descaso em alguns anos.

Estrangulamento logístico -  Avaliação semelhante tem o deputado Antonio Carlos Pannunzio (SP), para quem a infraestrutura logística deve ser pensada antes de qualquer projeto. “A China por exemplo só está crescendo de forma tão elevada por que investiu pesado em infraestrutura. No Brasil isso não existe. Não temos investimentos nos sistemas rodoviário, ferroviário e portuário", comparou. 

“Se não há portos e estradas não é possível sequer escoar aquilo que se extrai ou até se consegue, mas com custos elevadíssimos que refletem na economia e empurram para cima o chamado Custo-Brasil. Foi o próprio governo quem disse que daria prioridade a essa área, mas nem suas 'prioridades' consegue cumprir”, criticou Pannunzio. (Reportagem: Djan Moreno/Foto: Du Lacerda)

Lei do Clima

Política Nacional de Mudanças Climáticas, relatada por Mendes Thame, é sancionada por Lula


O projeto que institui a Política Nacional de Mudanças Climáticas foi sancionada na noite desta segunda-feira (28) pelo presidente Lula. O autor do texto aprovado no Congresso, deputado Antonio Carlos Mendes Thame (SP), comemorou a aprovação da chamada Lei do Clima, mas voltou a criticar a meta de redução de emissão de gás carbônico, compromisso firmado em Copenhague, durante a Conferência do Clima ocorrida no início de dezembro.


“É uma meta muito baixa e em cima de uma projeção, de um valor futuro. O governo deveria ter considerado valores reais. Esse é o primeiro passo na construção do arcabouço jurídico para que o país enfrente o aquecimento global, mas o que o governo propõe é surrealismo fantástico”, ressaltou.

O texto sancionado pelo governo federal estabelece uma meta brasileira de redução na emissão de CO2 entre 36,1% e 38,9% até 2020.

Thame também criticou a falta de normas concretas para a redução das emissões dos gases de efeito estufa. "O governo ainda não detalhou o caminho para isso. O que temos visto é um exercício de futurologia. Faltam normas. As metas devem ser mensuráveis, reportáveis e verificáveis. Sem isso, se tornam uma farsa”, apontou o tucano.