O deputado Fernando Chucre (SP) criticou nesta quinta-feira (28) a lentidão das obras de preparação dos aeroportos brasileiros para a Copa do Mundo de 2014. Estudo do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea) divulgado ontem aponta vários pontos de estrangulamento na operação dos 16 aeroportos das 12 cidades que sediarão o evento. Não bastassem as atuais dificuldades, as reformas nos terminais controlados pela Infraero caminham a passos de tartaruga.

Governo faz muita propaganda - “A situação é muito preocupante porque o governo federal faz muita propaganda, anunciando que os aeroportos estão em obras. Mas, na verdade, só existem projeto básico e licitações para as obras”, apontou Chucre. “As ações fundamentais para a melhoria dos aeroportos inexistem. O que foi feito até agora é somente 'perfumaria'”, completou.
De acordo com o levantamento do Snea, as obras previstas de ampliação e construção de terminais, pistas e outras reformas com orçamento previsto de R$ 5,5 bilhões serão insuficientes para resolver os gargalos para a demanda esperada na Copa. Alguns aeroportos - como os de Brasília, Fortaleza e Porto Alegre - possuem uma capacidade projetada menor que a demanda prevista.
“Vemos ainda uma total falta de planejamento deste governo, que deveria se antecipar às necessidades exigidas para a Copa. Eles fazem o marketing, mas a realidade é que estão jogando todo o investimento de fato para o próximo presidente”, alertou.
Chucre e os deputados Gustavo Fruet (PR) e Vanderlei Macris (SP) apresentaram, no dia 2 de dezembro, requerimento de informação endereçado ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, questionando os investimentos no setor aeroportuários das cidades-sede do torneio. Os parlamentares cobraram os valores previstos, especificando aqueles oriundos dos orçamentos da União, dos estados, dos municípios que sediarão a Copa, da Infraero e de entidades privadas.
O estudo do sindicato mostra ainda que a ineficiência no atendimento e o desconforto continuará sendo um dos principais problemas nos aeroportos brasileiros. O Galeão, na capital carioca, já opera com toda sua capacidade - 11,4 milhões de passageiros/ano.