Uma testemunha ouvida pela Polícia Federal (PF) disse que a encomenda para a quebra ilegal do sigilo fiscal do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, partiu de Brasília. O depoimento, segundo o deputado Vanderlei Macris (SP), comprova que o governo federal usou a máquina pública para tentar denegrir a imagem dos adversários e atingir os interesses da oposição durante a campanha eleitoral.
O tucano também disse não ter dúvidas de que isso partiu da campanha da candidata petista à Presidência. “A campanha dela estava há muito tempo sendo preparada para fragilizar a candidatura da oposição usando instrumentos do Estado. Ficou absolutamente demonstrado todo o esquema montado pela sua campanha para criar dificuldades para o candidato da oposição”, afirmou Macris. Segundo a "Folha de S.Paulo", o office-boy Ademir Cabral encomendou algumas cópias de declaração de Imposto de Renda, entre as quais a de Eduardo Jorge, ao despachante Antonio Carlos Atella. O pedido foi repassado ao também office-boy Fernando Araújo Lopes, que, de acordo com reportagem do jornal, acionou seu "contato" na unidade da Receita em Mauá, a servidora do Serpro cedida ao Fisco Adeildda dos Santos.
Na data marcada para a entrega, dia 8 de outubro, Lopes pediu à mulher, Gláucia Alves dos Santos, que encontrasse Adeildda em Mauá para buscar os documentos. Em um bar de São Paulo, Gláucia entregou o envelope a Atella.
Em depoimento no último dia 20, a esposa do office-boy afirmou que o "dono da encomenda" era de Brasília e veio a São Paulo somente para buscar as pesquisas solicitadas. Gláucia não soube dizer seu nome, mas afirmou que recebeu R$ 1.200 pelo envelope. As declarações de Eduardo Jorge, ainda de acordo com matéria da Folha, foram incluídas em dossiê preparado pelo “grupo de inteligência” criado durante a pré-campanha da candidata petista à Presidência da República.
Macris também acredita que o governo esteja protelando a investigação por causa do período eleitoral. “Não tenho dúvida de que a PF, com essa investigação, vai chegar aos culpados. O que tenho dúvida é se realmente vamos ter sucesso no processo de levantamento de dados nesse momento da campanha”, explicou o deputado. (Reportagem: Letícia Bogéa/ Foto: Eduardo Lacerda)
“Sempre que sua tropa de choque é atingida, o presidente Lula alega não saber de nada. Foi assim com o mensalão e em todas as denúncias envolvendo a Casa Civil. Ocorreu também quando foi quebrado o sigilo dos cartões corporativos de gastos da família de FHC. E, no caso da Erenice, que tem estreitas ligações com Dilma Rousseff, ele mais uma vez diz isso. Então, se não sabe de nada, como pode governar o país?”, questionou o deputado nesta sexta-feira (24).








