22 de dez. de 2009

Entrevista/ Mendes Thame

Humanidade pode pagar caro se não intensificar combate ao aquecimento global


Um dos principais especialistas em meio ambiente no Congresso, o deputado Antonio Carlos Mendes Thame (SP) reforça o alerta: há cada vez mais a necessidade de um esforço conjunto global para evitar que a superfície da Terra tenha a sua temperatura elevada em mais de dois graus. Se isso não ocorrer, a humanidade enfrentará mudanças radicais que dificultarão as condições de vida no planeta.

Dilma e o fiasco - Ao analisar o fiasco da COP 15, o tucano condenou a "ladainha" repetida pelo presidente Lula - o de querer culpar unicamente os países desenvolvidos pelo aquecimento global, sem se dar conta de que todos devem fazer sua parte. O parlamentar também criticou a pífia participação da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) no encontro de Copenhague, onde o tucano pôde perceber ao vivo o mau desempenho da petista à frente da delegação brasileira.

Nesta entrevista exclusiva ao Diário Tucano/Rádio Tucana, Mendes Thame alerta ainda que a Terra está "no limiar de uma tragédia". Exatamente por isso, o tucano acredita que a humanidade não ficará parada esperando que as soluções nasçam "por geração espontânea", apesar do fracasso da conferência do clima.

Pé no chão

Números da economia não autorizam ufanismo, alerta Virgílio

Em pronunciamento nesta terça-feira (22), o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), disse que o Brasil, como o mundo inteiro, está saindo da crise. De acordo com o tucano, aqui a turbulência internacional foi mais amena graças, em boa parte, a medidas tomadas pelo governo FHC, entre as quais o saneamento do sistema bancário. No entanto, o parlamentar avisa que os números da economia não autorizam “ufanismo exagerado”.

Todo cuidado é pouco - “O indicativo para postura mais pé no chão está no noticiário desta manhã. Trata-se da previsão do PIB brasileiro para este ano. A projeção anterior indicava crescimento de 0,8%. Gostaríamos muito que assim fosse.

Mas, infelizmente, hoje o Banco Central divulga estudo em que reduziu a projeção para para 0,2%. À época em que o percentual de 0,8 foi divulgado, não faltaram festas e aplausos, aqui mesmo desta tribuna. Claro que qualquer avanço merece registro, mas todo cuidado é pouco”, reiterou.


Segundo o líder tucano, de qualquer modo é hora de voltar os olhos para o período pós-crise que está iniciando. É bom, a seu ver, acompanhar experiências de outros países e ouvir a opinião de especialistas, nacionais e estrangeiros. Da tribuna, o parlamentar leu as “10 lições para o Brasil tirar proveito no pós-crise”, de autoria do professor Antonio Corrêa de Lacerda, do Instituto de Economia da PUC/SP.

Economia

Albano destaca atuação da Câmara contra impactos da crise no Brasil

O deputado Albano Franco (SE) destacou, em pronunciamento nesta terça-feira (22), o trabalho realizado pelas comissões especiais criadas pela Câmara para avaliar os efeitos da crise econômica mundial em setores da economia e sugerir medidas para enfrentá-la. O tucano presidiu o colegiado que avaliou o impacto da turbulência dos mercados na indústria e lembrou algumas das propostas elaboradas após cinco meses de trabalho.

Balanço - “O ano de 2009 foi emblemático para a economia mundial e, no Brasil, as consequências da crise só não foram mais desastrosas em razão de um eficiente sistema bancário reestruturado de forma eficiente pelo governo FHC”, disse. “Em nossa comissão, conseguimos trabalhar a contento e entre as medidas propusemos a desoneração tributária dos investimentos e das exportações e, também, a depreciação acelerada dos bens de capital visando estimular os investimentos”, elencou.

Compensação

PEC prevê isenção de IR para militares, PMs e bombeiros inativos

Tramita na Câmara Proposta de Emenda à Constituição do deputado Marcelo Itagiba (RJ), que estabelece a imunidade dos proventos dos militares inativos e das pensões militares ao Imposto de Renda. A medida, se aprovada, também valerá para as polícias militares e os corpos de bombeiros militares.

Peculiaridades - Ao defender a proposta, o tucano lembra que essas atividades têm peculiaridades e, por isso, devem ser encaradas de forma diferente. "Dentre outras peculiaridades, há uma que coloca o militar em grande desvantagem em relação aos civis: a perda do direito à moradia pelo militar da ativa quando é levado à reserva. A imunidade dos proventos de inatividade ao Imposto de Renda seria uma forma de compensar a redução remuneratória após toda uma vida de dedicação à pátria", afirmou o deputado.

A PEC terá sua admissibilidade analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Se aprovada na CCJ, será examinada por uma comissão especial e, posteriormente, votada em dois turnos pelo plenário.

Veja a íntegra da proposta AQUI

(Da redação com Ag. Câmara/Foto: Du Lacerda)

"Extra" de US$ 1,2 bi

Tucanos: compra de gás da Bolívia é desnecessária e prejudica consumidores

O governo do presidente Lula estará agindo contra os interesses do Brasil ao impor à Petrobras a assinatura de um contrato que encarecerá em US$ 100 milhões por ano, durante 10 anos, a importação do gás natural boliviano. O alerta foi feito nesta segunda-feira (21) por parlamentares do PSDB.

Afinidade ideológica - Na avaliação do senador Eduardo Azeredo (MG), presidente da Comissão de Relações Exteriores, o que está por trás do pagamento extra de US$ 1,2 bilhão pelo mesmo produto é a afinidade ideológica mantida pelo presidente Lula com governos da América Latina, inclusive hostis ao Brasil, como o de Evo Morales, da Bolívia.

Orçamento 2010

Oposição evita repasse de verbas para obras irregulares

O deputado Bruno Rodrigues (PE), 1º vice-presidente da Comissão Mista de Orçamento, comemorou na noite desta segunda-feira (21) a vitória da oposição, que conseguiu aprovar o bloqueio de repasses em 2010 para contratos de 24 obras federais que apresentavam algum tipo de irregularidade. Durante reunião do colegiado, os governistas ainda tentaram retirar quatro obras da Petrobras dessa lista, mas foram vencidos no voto pelos senadores da oposição, que eram maioria na reunião no momento da deliberação.

Rolo compressor fracassa - “Essas obras que estão no anexo 6 do relatório do Orçamento são aquelas que classificamos como empreendimentos com irregularidades gravíssimas. O governo quis passar o rolo compressor, retirando essas obras da lista e voltando a dar andamento normal a elas. Mas nós fizemos o nosso papel e evitamos que isso ocorresse”, afirmou Rodrigues. Com a decisão, os repasses só poderão ser feitos após a resolução de pendências apontadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU).