5 de jan. de 2010

Orçamento

Corte no Orçamento não prejudica Copa de 2014.  Recursos já estão previstos no PAC, diz Silvio Torres

O deputado Silvio Torres (SP), presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, responsável por analisar os gastos públicos, afirmou nesta terça-feira (5) que a transferência de R$ 1,8 bilhão do Orçamento da União deste ano para emendas de bancadas não vai comprometer a realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil.

O parlamentar tucano contestou a avaliação do relator do Orçamento, o deputado petista Geraldo Magela (DF), em relação ao impacto negativo da transferência de verba das emendas de relator. “O que compromete as obras não é a falta de recursos e sim a falta de gestão e planejamento do governo. Existe dinheiro suficiente e muitas obras já deveriam ter sido iniciadas, independentemente do Orçamento de 2010”, ressalta o parlamentar tucano.

Silvio Torres também discordou do petista, que afirmou durante coletiva de imprensa que a mudança gerará atraso nas obras. “O governo não tinha identificado no Orçamento verbas específicas para a Copa. Esse assunto surgiu na discussão final. Isso reflete uma desorientação com os recursos do mundial. O governo sempre disse que os recursos mais importantes para a Copa já estavam previstos no PAC”, alertou.

Além de Silvio Torres, o próprio ministro dos Esportes, Orlando Silva, confirmou que a infraestrutura da Copa não sofrerá prejuízos por conta do corte no Orçamento. "A mudança nas emendas não vão prejudicar em nada a organização da Copa", afirmou o ministro. (Reportagem: Alessandra Galvão/ Foto: Du Lacerda)

Apropriação indevida

Estudo sobre domicílios derruba mito de governo Lula



Levantamento realizado pelo economista Claudio Salm da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) analisou números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) ente 1996 e 2002 e, segundo o deputado Gustavo Fruet (PR), derruba o mito que vem sendo criado no governo petista de que "o Brasil era um antes de Lula e outro após o presidente ter sido eleito".


"O estudo mostra que houve continuidade e não surgimento de um governo melhor que o antecessor. O governo Lula apropriou-se da bem sucedida política econômica e social do governo FHC, deu-lhe nova roupagem e saiu por aí afora atribuindo este sucesso para si", afirmou Fruet.

O levantamento concluiu que o poder de compra dos brasileiros de baixa renda vem seguindo uma progressão contínua sem que tenha havido "inflexões" significativas a partir da ascensão do presidente Lula ao governo. Ou seja, a renda dos mais pobres vem crescendo desde a década passada e só foi possível porque o governo anterior (tucano) criou as condições necessárias para isso.


"A gestão tucana preparou o país para crescer e, inclusive, sob elevado custo político. Foi graças à reorganização da economia e aos investimentos feitos na ocasião que o governo atual pôde dar continuidade às políticas de transferência de renda apresentadas agora como se fossem de autoria do PT. O PSDB tem como desafio neste ano eleitoral revelar quem botou a casa em ordem para que as pessoas de baixa renda pudessem ter seu padrão de vida ampliado", afirmou Fruet. (Fonte: Agência Tucana/ Foto: Du Lacerda)


ARTIGO

A Petrobrás de Gabrielli
Por João Almeida (BA)*
Artigo publicado no dia 04/01/2010, no jornal O Estado de São Paulo



A entrevista de José Sérgio Gabrielli ao Estado ("PSDB teria vendido a Petrobrás", 25 de dezembro de 2009, página B1) marca a volta triunfante à cena política do presidente da Petrobrás depois do estrangulamento governista da CPI do Senado que deveria ter investigado a gestão do petista na companhia (http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20091225/not_imp486802,0.php).

Poupado de qualquer questionamento sobre as graves suspeitas de irregularidades que motivaram a instalação da CPI e de outras perguntas "inconvenientes", Gabrielli ficou à vontade para usar e abusar das meias-verdades e absolutas mentiras com que os petistas costumam fantasiar seus supostos êxitos e a "herança maldita" do governo anterior.

É preciso reconhecer, sem nenhum favor, que ele se superou nesse mister. O atestado de "idoneidade" que ganhou do próprio líder do governo, senador Romero Jucá, no relatório final da CPI, talvez tenha subido à cabeça do principal responsável direto pela transformação da maior empresa do Brasil em comitê político do PT e aliados. Se não fosse a intervenção providencial do presidente Lula - por intermédio de seu fiel escudeiro Gabrielli, subentende-se -, a Petrobrás "teria investimento e crescimento menores do que teve. Provavelmente teria menos preocupação com o controle nacional, portanto, teria menos impacto no estímulo da indústria brasileira."

Começando pelos resultados, que são o que interessa ao País: ao contrário do que sugere Gabrielli, a produção de petróleo da Petrobrás cresceu muito menos no governo Lula do que no governo FHC. Foram meros 3% ao ano, em média, desde 2003, ante 10% ao ano entre 1995 e 2002. O que cresceu mais no governo Lula foi o faturamento da empresa, por causa do boom dos preços internacionais do petróleo. Somente por isso. Foi esse aumento extraordinário da receita da companhia, provocado pelo aumento dos preços promovido pelos sheiks árabes, que encobriu os efeitos da péssima gestão petista.

A Petrobrás entrou na rota do crescimento acelerado a partir da vigência da Lei do Petróleo de 1997 e da reorganização interna que preparou a companhia para atuar num ambiente de competição. Isso sem que o Estado brasileiro tivesse de abrir mão do controle do ritmo de exploração das reservas de petróleo, das receitas respectivas, nem do fortalecimento dos outros elos da cadeia produtiva do petróleo com os instrumentos previstos na lei.

A Petrobrás que chegou ao pré-sal foi aquela que saiu das reformas de 1997. Sua profissionalização, não o seu aparelhamento político, a transformou numa multinacional brasileira bem-sucedida - uma das gigantes da indústria petrolífera, na vanguarda tecnológica de exploração de petróleo em águas profundas. Cabe reconhecer dois feitos espetaculares da gestão petista da Petrobrás: o quadro de pessoal saltou de 45 mil empregados efetivos e 100 mil terceirizados em 2002 para 85 mil efetivos e 300 mil terceirizados em 2008; e os negócios obscuros sangram o enorme caixa da companhia - números sobre produção e pessoal da Petrobrás citados por Luiz Paulo V. Lucas na reportagem PSDB busca agenda para oposição a Lula (Estado, 23/2/2009, http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090223/not_imp328581,0.php ).

Voluntariado

Rodrigo de Castro quer aumentar abrangência do trabalho voluntário

Permitir que trabalhadores voluntários possam trabalhar nas áreas de saúde, saneamento, meio ambiente, ou qualquer outra de relevante interesse social é a intenção do deputado Rodrigo de Castro (MG), autor do projeto que altera a Lei 9.608/98, que limita o voluntariado a prestação de serviços apenas nas áreas de educação, ciências, cultura, civismo, lazer e assistência social.


“O objetivo da minha proposta é ampliar as áreas de atuação do voluntariado para que a melhoria das condições de vida e do bem-estar da população não se limite em áreas ou atividades”, justificou o tucano.

O texto do PL PL 5772/2009 prevê que o prestador do serviço voluntário poderá ser ressarcido pelas despesas que comprovadamente realizar no desempenho das atividades voluntárias - desde que tenham sido expressamente autorizadas pela entidade a que foi prestado o serviço. O projeto também estabelece que o termo de adesão que formalizar o serviço voluntário inclua as responsabilidades das partes (geralmente, poder público e organização não governamental), inclusive perante terceiros.

Trabalho voluntário - O voluntariado é definido como a atividade não remunerada prestada por pessoa física a entidade pública de qualquer natureza ou a instituição privada sem fins lucrativos. Ação complementar ao trabalho do Estado, o serviço voluntário deve visar a melhoria das condições de vida e o bem-estar da população e não pode impor qualquer ônus ao público-alvo, de acordo com a proposta.

O PL 5772 tramita de forma conclusiva nas comissões de Seguridade Social e Família; Trabalho, de Administração e Serviço Público; e Constituição e Justiça e de Cidadania. (Reportagem: Djan Moreno com informações da Agência Câmara/ Foto: Du Lacerda)

Em análise

Comissões avaliam projeto de lei que permitirá à condomínios residenciais prerrogativas de microempresas

Tramita na Câmara o projeto do deputado Marcelo Itagiba (RJ), que equipara os condomínios residenciais às microempresas para que eles possam aproveitar os mesmos benefícios administrativos, tributários e previdenciários concedidos aos microempresários.

Segundo Itagiba, a complexidade crescente de relações jurídicas e serviços exigidos para a administração dos condomínios residenciais têm exigido mudanças na legislação. "O condomínio residencial, apesar de não ser pessoa jurídica, é uma empresa, mas uma empresa sui generis, pois não se destina à obtenção de lucros", argumenta Itagiba.

Segundo a proposta, caberão aos fornecedores que prestarem serviços aos condomínios calcular, reter e recolher os tributos devidos pela operação executada.

O projeto, que tramita em caráter conclusivo, será analisado pelas comissões de Seguridade Social e Família; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. (Da Agência Câmara)