17 de fev. de 2010

Artigo

PSDB X PT

(*) Vanderlei Macris

Há menos de 9 meses para as eleições deste ano podemos sentir o que está por vir entre as tentativas do Partido dos Trabalhadores (PT) de emplacar um sucessor, ou melhor, sucessora à presidência da República.

Desde o final de 2009, quase que diariamente os meios de comunicação trazem em suas publicações relato dos mais variados discursos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante as inúmeras inaugurações de pedras fundamentais e obras inacabadas, dizendo que o Brasil está muito bem, graças a 'seu' governo. Como se a realidade de que o PT surfa em ondas produzidas pelo PSDB não existisse. São afirmações que, como bem disse o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no artigo ‘Sem medo do passado’, fazem o povo brasileiro acreditar que as obras e programas que foram continuados pelo governo petista tivessem brotado de ideias próprias a partir de 2003.

Nesta mesma linha, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, bem amparada pelos marqueteiros do PT, afirmou recentemente que quer comparar "número por número, casa por casa, obra por obra" entre os governos. Agora, pergunto: comparar o quê?

Na última quarta-feira, o jornal O Globo apresentou fatos que podem responder a esta questão. Era outra vez, um presidente e uma candidata em Minas Gerais na tentativa apresentar ao povo mineiro a empatia “natural” de Dilma com seu Estado natal. Os dois foram inaugurar a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), em Teófilo Otoni. No entanto, o plano não saiu como o previsto. A caravana eleitoreira foi recebida com vaias pelos universitários. Também pudera, passados três anos de obras, a universidade não passa de um campo de lama, à qual se chega por uma rua de terra ou "trilhas de boi", na descrição do repórter Fábio Fabrini.

"Dos dez prédios, cinco ainda estão em construção e três sequer saíram do papel. (...) Em dias de chuva forte, carros e ônibus não atravessam a lama, o que tem levado ao cancelamento de aulas. No semestre passado, os alunos perderam 15 dias”, relata a matéria do jornal carioca.

Segue mais um trecho da reportagem. “A UFVJM tem 54 professores, 26 a menos que o ideal. Os estudantes de Serviço Social, por exemplo, reclamam que, para os sete períodos do curso, há sete pessoas para ensinar. Diz um aluno: Estamos voltando aos tempos de escola primária, quando tínhamos uma ‘tia’ para várias matérias."

Pergunto novamente: comparar o quê? Existem coisas na vida que não tem comparação, mas se é para comparar, vamos citar como exemplo o setor educacional no Estado de São Paulo, que desde o início do governo José Serra mais que dobrou o número de Fatecs (Faculdades de Tecnologia), de 26 para 53.

Na instituição, a formação tecnológica permite ao aluno um curso de qualidade garantida, no qual de cada 10 formandos 9 saem empregados. Uma estatística impressionante e que só gera benefícios à região onde as faculdades são implantadas. Garantia de mão de obra e profissionais de ponta às empresas e indústrias, grande passo para o desenvolvimento. As Fatecs são realidade e não discurso soltado aos ventos como ouvimos e iremos escutar nos próximos meses.

Carnaval vermelho

Amary responsabiliza Planalto por invasões do MST em São Paulo

O deputado Renato Amary (SP) condenou nesta quarta-feira (17) a postura do governo federal diante de invasões de terra promovidas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST). Sob o comando do líder dissidente José Rainha Júnior, os militantes atingiram 70 fazendas em São Paulo na mobilização apelidada de "Carnaval Vermelho". Na avaliação do parlamentar, o Planalto tem uma postura de omissão e de irresponsabilidade diante desses atos.

Repasses milionários - “O governo Lula é responsável por essas invasões, ao destinar recursos via ONGs para que o MST tenha dinheiro e equipamentos para promover invasões e destruir propriedades. O movimento aproveitou o carnaval para fazer a folia da invasão”, criticou Amary.

Em apenas cinco anos, a gestão petista repassou R$ 115 milhões a entidades ligadas aos sem-terra. Investigar o uso desse dinheiro é uma das principais linhas de atuação da CPI do MST, que acabou de iniciar os trabalhos no Congresso.

Na avaliação do deputado, o governo não cumpre a determinação constitucional em relação ao direito de propriedade. “Temos que cumprir e respeitar as determinações legais em relação às propriedades privadas. O próprio presidente da República e o ministro da Justiça deveriam pressionar para deter o avanço de invasões, mas lamentavelmente isso não acontece”, apontou.

A estratégia do líder dissidente é de acampar fora dos limites da propriedade para não ser enquadrado na lei federal que impede a desapropriação de fazendas invadidas. A estratégia, contudo, não foi observada pelos seguidores em pelo menos seis fazendas, que acabaram invadidas. No carnaval de 2009, 20 fazendas paulistas também foram ocupadas pelo MST. (Reportagem: Alessandra Galvão com informações do jornal "O Estado de S. Paulo"/ Foto: Eduardo Lacerda)

Balanço positivo

João Almeida destaca carinho do povo nordestino com José Serra durante carnaval

O deputado João Almeida (BA), líder do PSDB na Câmara dos Deputados, fez um balanço positivo da visita do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), aos carnavais de Recife e Olinda, em Pernambuco, e também de Salvador (BA), onde, segundo Almeida, "Serra pôde ter contato direto com o povo e sentir o quanto tem de empatia com os nordestinos".

Na avaliação do líder tucano, mesmo fazendo uma "visita de cortesia", sem conotações políticas, o governador de São Paulo foi recebido com muito carinho pela população local.

João Almeida destacou que na visita de José Serra a Salvador, sempre acompanhado pelo pré-candidato dos Democratas, Paulo Souto, pelo presidente do PSDB baiano, Antonio Imbassahy, além de deputados federais e estaduais, o governador sentiu o termômetro de sua popularidade e receptividade. "Ele veio conhecer o carnaval baiano e saiu daqui satisfeitíssimo", afirmou Almeida, cuja avaliação é de que a aliança PSDB/DEM na Bahia ficou ainda mais forte "após a presença carismática" do governador tucano.

Em Pernambuco, Serra assistiu ao tradicional desfile do "Galo da Madrugada" acompanhado de políticos como o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra, e dos também senadores Marco Maciel (DEM-PE) e Jarbas Vasconcellos (PMDB-PE), além do deputado Jutahy Junior (BA), do governador de Alagoas, Teotonio Vilela Filho (PSDB), entre outros. (Com informações da assessoria de imprensa do deputado/ Foto: Eduardo Lacerda)

Contas no vermelho

Gustavo Fruet cobra mais atenção do governo com municípios

O deputado Gustavo Fruet (PR) fez um alerta sobre a situação financeira dos municípios, que enfrentam cortes na arrecadação ao mesmo tempo em que crescem as despesas. O tucano lembrou que a partir deste ano as prefeituras assumirão uma série de encargos decorrentes de reivindicações aprovadas pelo Congresso Nacional, como o Piso Nacional do Magistério (que deverá ser pago integralmente a partir deste ano), o piso salarial dos agentes de saúde e a obrigatoriedade do ensino para crianças a partir dos quatro anos de idade.

Cortesia com o chapéu alheio - “Todos esses itens são avanços importantes e decorrem de reivindicações justas, porém quem assume o custo são os municípios – sem receita adicional e ainda enfrentando queda no FPM”, disse Gustavo Fruet. Os repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) – que é a principal fonte de receita para cerca de 70% das cidades brasileiras – caíram 3,1% no ano passado em relação a 2008. A redução continuou em janeiro deste ano: 14,1% em relação ao mesmo período do ano passado.

O deputado lembrou que a redução do FPM deve-se em grande parte às desonerações tributárias feitas pelo governo federal para estimular o consumo e enfrentar a crise. “Ninguém é contra essas medidas. O problema é que o governo faz cortesia com o chapéu alheio, cortando impostos que têm um impacto perverso sobre os municípios”, diz Fruet. (Da assessoria do deputado/ Foto: Ag. Câmara)

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