28 de abr. de 2010

Balanço negativo I

Governo Lula: contradições, irresponsabilidades e planejamento zero

O líder da Minoria na Câmara, deputado Gustavo Fruet (PR), cobrou mais planejamento e responsabilidade do governo federal. Da tribuna, o tucano destacou nesta quarta-feira (28) seis pontos que mostram problemas como a contradição, a falta de clareza e de firmeza do governo petista. “Há uma distância muito grande entre a expectativa criada com as ações do governo e as expectativas da sociedade brasileira”, apontou. Veja abaixo um resumo:

LDO 2011: um dos principais problemas do projeto enviado pelo governo é a retirada do Congresso do poder de fiscalização sobre os investimentos e a possibilidade de interrupção de obras apontadas com irregularidades pelo TCU. Além disso, cria expectativa para ações relativas ao PAC para as próximas décadas como se fossem ocorrer neste ano.

Parques sob risco: decreto presidencial autoriza a realização de estudos para autorizar a instalação de sistemas de transmissão sobre potenciais de energia hidráulica e sistema de distribuição em unidades de conservação federais. Assim, o governo poderá tocar obra do PAC que prevê a construção de usinas sem os entraves ambientais anteriores.

Belo Monte: mudanças nas empresas que participarão do consórcio que vão tocar a obra de Belo Monte, a seis meses das eleições, num projeto que poderá chegar a R$ 30 bilhões. Esses são apenas exemplos dos problemas envolvidos nesse empreendimento. Também não há licenças ambientais, nem o dimensionamento do impacto social e o custo de remoção da população local.

Reajuste dos aposentados: há mais de 30 dias a Medida Provisória tranca a pauta e, por meio de uma série de medidas, o governo vem protelando a votação. Apesar de toda a expectativa, o Planalto não resolveu suas contradições com o passado e suas contradições internas, ora apontando 6,14% de aumento, ora 7%, ora 7,7% de reajuste.

Ficha Limpa: a proposta teve vitória importante com o regime de urgência. Mas isso precisa ser votado esse em sessão extraordinária, para que o projeto seja votado na próxima terça-feira (4), vá ao Senado e tenha vigor ainda este ano. PT e PMDB só assinaram o pedido de urgência após muita pressão;

Depoimento de doleiro: Lúcio Funaro, um dos maiores doleiros do Brasil, fez afirmações consistentes na CPI das ONGs no Senado. Acusou de forma direta o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto por vinculação aos desvios de recursos da Bancoop, ao esquema de financiamento do mensalão e à interferência em recursos dos fundos de pensão. É preciso apurar as declarações de Funaro, que atingem também o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e a Petrobras. (Reportagem: Alessandra Galvão/Foto: Eduardo Lacerda)

Novo adiamento

Apesar da gastança, governo alega não ter dinheiro para aposentados

O plenário da Câmara adiou mais uma vez nesta quarta-feira (28) a votação da medida provisória que reajusta benefícios a aposentados que recebem acima de um salário mínimo. Da tribuna, o líder do PSDB na Câmara, deputado João Almeida (BA), afirmou que o governo federal não tem dinheiro para atender as reivindicações dos aposentados, apesar de sobrar recursos para a gastança generalizada.

O líder do governo, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), apresentou seu relatório à MP no qual propõe aumento de 7% aos aposentados. Ainda não há unanimidade entre os partidos da base aliada, tanto da Câmara quanto do Senado, em torno do índice. Essa divergência teria inviabilizado a votação do texto mais uma vez.

Na próxima semana está previsto um debate com os ministros da Previdência Social e da área econômica do governo sobre os impactos da medida, assim como a votação da MP. Segundo Almeida, os auxiliares de Lula deverão justificar os gastos do governo em detrimento do reajuste dos aposentados.

“Além das informações sobre os impactos do aumento nas contas públicas, queremos também as informações de como foi possível financiar, até agora, a gastança do governo Lula”, destacou.

A frase
Para os aposentados não há dinheiro, mas há verba para toda a gastança generalizada do governo, como a contratação de pessoal, a instalação de novos órgãos do governo, o financiamento e a sustentação de ditaduras."
Dep. João Almeida (BA)

O número
6,14%
era quanto o governo Lula queria dar de reajuste aos aposentados

(Reportagem: Alessandra Galvão/ Foto: Ag. Câmara)

Indecisão

Torres questionará ministro sobre redução do número de cidades para Copa


O deputado Silvio Torres (SP) vai questionar o ministro do Esporte, Orlando Silva, sobre a possibilidade da Fifa reduzir o número de cidades-sede da Copa do Mundo de 2014, no Brasil, por conta de atrasos no início das obras. Silva e o ministro das Cidades, Márcio Fortes, participam de audiência, nesta quinta-feira (29), na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC).

“Precisamos saber se há ou não esse risco. E também vamos ouvir do ministro se ele está preocupado com o fato dessas obras estarem tão atrasadas e o que pode ser feito para transmitir mais segurança aos investidores e à própria sociedade brasileira”, afirmou Torres.

Na semana passada, o ministro cogitou essa possibilidade mas depois recuou, assegurando que doze capitais brasileiras estavam confirmadas para receber os jogos da competição. Outra preocupação do tucano é a demora para o início das obras que pode comprometer a realização do torneio e levar o governo federal a assumir essas reformas, assim como ocorreu durante o Panamericano do Rio, em 2007.

“Se esse quadro não for mudado rapidamente, o governo federal vai acabar assumindo obras daqueles estados que ainda não conseguiram viabilizar por si mesmo. E as obras que deixaram de ser feitas no tempo certo costumam sair bem mais caras”, alertou o tucano.

Na audiência desta quarta com os responsáveis dos comitês gestores da Copa na Bahia e em Minas Gerais, Torres disse que os municípios e estados dessas federações estão seguindo o cronograma. Os deputados que integram a CFFC já ouviram os responsáveis pelos comitês de Manaus, Cuiabá, Belo Horizonte e Salvador. No dia 14 de maio, será a vez de São Paulo.

Na semana que vem, os parlamentares vão cobrar do presidente da Infraero, Murilo Barboza, explicações sobre os atrasos nas reformas e ampliações dos aeroportos.(Reportagem: Artur Filho/ Foto: Eduardo Lacerda)

As cidades-sede
→ Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo são as doze capitais que sediarão os jogos da Copa 2014.

Lentidão
→ O cronograma da Fifa prevê que as obras nos estádios se iniciem antes do dia 3 de maio e algumas das cidades ainda estão discutindo projetos ou buscando recursos.

Amizades perigosas

Chávez e Ahmadinejad são as companhias preferidas de Lula, diz líder

O líder do PSDB na Câmara, deputado João Almeida (BA), chamou a atenção para a “coincidência” dos encontros do presidente Lula com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, com o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad. Da tribuna, o tucano afirmou nesta quarta-feira (28) que esses dois controversos presidentes são as companhias preferidas do petista.

“Lula reafirma sua amizade com Chávez, que conduz uma ditadura branca na Venezuela com restrições à liberdade de imprensa. Do outro lado, o ministro visita Ahmadinejad, o homem que negou o massacre dos judeus e quer fugir do controle da Agência Internacional de Energia Atômica para conduzir um programa, ao que tudo indica, atômico”, reprovou.

Para Almeida, a política externa do governo Lula não tem objetivo, foco ou fundamento. “Insistem em abandonar o pragmatismo que sempre dominou as ações do Itamaraty, ferindo todos os princípios e as tradições do país na área, preferindo essas companhias exóticas aos países que têm larga tradição de relação conosco”, reprovou Almeida.

Presidente eterno?
Em sua visita a Brasília, Chávez deu mais um exemplo de desprezo à democracia. Questionado sobre quando deixará o poder, o presidente da Venezuela disse que não sabe quando terá um sucessor. O "companheiro" de Lula está há 11 anos na presidência.


(Reportagem: Alessandra Galvão/ Foto: Ag. Câmara)

Diálogo fechado

Hauly pede a demissão do presidente da Funai


O deputado Luiz Carlos Hauly (PR) pediu nesta quarta-feira (28) a demissão do presidente da Funai, Márcio Meira, durante audiência pública na Comissão de Trabalho da Câmara, que contou com a presença de dezenas de índios (foto). Para o tucano, a situação dele ficou complicada depois da edição de decreto que muda o Estatuto e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções Gratificadas da Fundação Nacional do Índio (Funai).

O tucano também propõe denunciar a violência contra índios brasileiros em organismos internacionais de direitos humanos. Ele disse que já entrou com representações no Ministério Público Federal e na Controladoria Geral da União. Além de sustar o decreto presidencial, Hauly quer derrubar a portaria do Ministério da Justiça que autoriza soldados da Força Nacional a atirar nos índios.

Ele entende que isso, além de muito grave, é criminoso. Luiz Carlos Hauly argumenta que causa estranheza o governo fechar 24 administrações regionais da Funai nos estados e fazer o repasse de dinheiro a diversas ONGs internacionais. “Essas entidades acabam levando milhões de reais por ano para fazer atividade junto as comunidades indígenas”, condenou.

Para o deputado, esse decreto do governo de reestruturação da Funai gera muita confusão e embaraço aos povos índígenas. “É quase como se fosse um estado de guerra dos povos indígenas contra a Funai e contra o governo federal”, frisa o tucano. Ele acredita que o presidente Lula foi induzido pelo presidente da Funai a assinar o decreto com tantas arbitrariedades.

O documento que provocou uma profunda alteração na estrutura organizacional da Funai foi publicado em 28 de dezembro de 2009. Luiz Carlos Hauly ressalta que a Convenção 169, da Organização Internacional do Trabalho (OIT) determina que haja consulta prévia aos povos indígenas sobre as alterações na estrutura administrativa da Funai. O parlamentar disse que os índios não podem ser dizimados, pois antes eram dez milhões, mas hoje não passam de 700 mil em todo o Brasil.


Congresso precisa agir
Meira não tem mais nenhuma condição de permanecer à frente da Funai. Ele não tem mais capacidade de diálogo, não é respeitado, não tem mais a aceitação de ninguém. Além da demissão dele, defendo a revogação do decreto e a abertura de diálogo. Se há que reestruturar a Funai, que o faça democraticamente, e também envolvendo o Congresso. O Congresso não pode ficar omisso.
Dep. Luiz Carlos Hauly (PR)

(Reportagem: Artur Filho/Foto: Eduardo Lacerda)

Alto risco

Belo Monte: tucanos querem explicações do governo sobre danos ambientais

A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável aprovou, nesta quarta-feira (28), requerimento do deputado Ricardo Tripoli (SP) pedindo informações ao Ministério do Meio Ambiente sobre o licenciamento ambiental da usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (PA). Na mesma reunião, o deputado Antonio Carlos Mendes Thame (SP) apresentou requerimento convidando o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tomalsquim, para que ele esclareça os riscos dos danos ambientais com a construção da usina e a solidez do grupo que vai conduzir a obra.

No pedido, Tripoli questiona a quantidade de reserva indígena que será ocupada e quais etnias serão impactadas diretamente com a destinação da área para a hidrelétrica. Na avaliação do deputado, é inadmissível construir Belo Monte "de qualquer jeito, nem que seja pela força", conforme declarou o presidente Lula nas últimas semanas.

Já Mendes Thame mostrou preocupação com o fato de que a obra poderá provocar uma interrupção no Xingu de 100 quilômetros de extensão, com significativa redução na vazão do rio. O tucano ressaltou ainda que a realização da licitação da obra foi marcada por inúmeras controvérsias.

“Com todas estas questões em aberto e diante da insistência governamental em realizar o projeto, inclusive com pesados subsídios fiscais e orçamentários, a audiência proposta é inteiramente justificada”, sustentou o parlamentar. Thame lembrou também que o consórcio vencedor do leilão, o Norte Energia, já está sofrendo dissensões internas e abandono de alguns participantes. (Da assessoria dos deputados/Fotos: Eduardo Lacerda)

A frase
“Os índios não merecem ser tratados dessa maneira. A construção da barragem de Belo Monte é um tremendo equívoco. Infelizmente estamos diante de um governo que, a cada dia, demonstra ser contrário à vida indígena que ainda resta no país."
Dep. Ricardo Tripoli (SP)

Custo bilionário
→ Belo Monte custará pelo menos R$ 19 bilhões, segundo o governo federal. Esses valores, no entanto, podem chegar a R$ 30 bilhões. O Planalto está oferecendo benefícios fiscais (desconto de 75% no pagamento do IR) aos compradores, além de empréstimo (80% da obra será financiada pelo BNDES).

Mobilização

Por pressão da sociedade e da oposição, "Ficha Limpa" tem urgência


Após a pressão dos partidos da oposição e do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, PT e PMDB acabaram assinando o pedido de urgência para o projeto “Ficha Limpa”. O líder do PSDB na Câmara, deputado João Almeida (BA), chegou a propor aos demais partidos a votação do requerimento em plenário ainda hoje, mas ficou acertado que isso ocorrerá na sessão da próxima terça-feira (4). Caso o pedido seja acatado, o mérito do projeto também deve ser apreciado no mesmo dia.

Pela manhã, um pedido de vistas feito por parlamentares da base do governo havia adiado a apreciação do relatório do deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP) ao projeto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Agora com a urgência, já apoiada anteriormente pelo PSDB, a proposta vai a plenário independentemente da comissão.


Uma das parlamentares mais atuantes em prol do "Ficha Limpa", a deputada Rita Camata (ES) espera que o projeto seja votado pelo plenário com rapidez para que as mudanças possam valer já nas eleições de 2010. “Queremos votar o projeto na próxima semana, dando ao país mais esse instrumento para aperfeiçoar a democracia e o processo político eleitoral”, destacou.

Logo após a sessão na CCJ, os tucanos criticaram a manobra para impedir a votação da proposta e exigiram do PT e do PMDB o apoio a urgência, o que acabou ocorrendo horas depois. Vários parlamentares tucanos acompanharam a sessão da comissão, incluindo o líder João Almeida (na foto com Bruno Araújo (PE) e Edson Aparecido (SP)). Para o deputado Zenaldo Coutinho (PA), o pedido de vista tinha como objetivo apenas atrapalhar o andamento do projeto.

Segundo o deputado Duarte Nogueira (SP), o PSDB apoia o "Ficha Limpa" porque a proposta vai ao encontro do que espera a sociedade brasileira: melhorar e qualificar os candidatos que são lançados para a escolha do voto popular. Ao comentar manobras para tentar adiar a votação do projeto, o tucano alertou: "A população está atenta ao comportamento dos partidos, e vendo aqueles que defendem o Ficha Limpa não só no discurso, mas na prática”, acrescentou. Assim como Rita Camata, Duarte defende a aplicação de regras que impedem a candidatura de pessoas com ficha suja já nas próximas eleições.

Como ficaria?
A principal mudança prevista nas emendas em análise na CCJ inclui no texto a possibilidade de políticos condenados em segunda instância, em decisão colegiada, registrarem suas candidaturas - o que é proibido no texto atual da proposta. Isso poderá ocorrer nos casos em que os candidatos apresentem recurso da condenação a órgão colegiado superior, ao qual caberá a decisão de conceder efeito suspensivo ao recurso. O relator propôs que o pedido de efeito suspensivo da sentença de segunda instância crie prioridade para o processo, de forma que ele seja analisado antes de qualquer outro.

O número:
1,7 milhão
de pessoas em todo o país assinaram o projeto "Ficha Limpa".

(Reportagem: Letícia Bogéa e Alessandra Galvão/ Foto: Eduardo Lacerda)

Texto atualizado às 18h34

Sem atropelos

Em comissão, Hauly defende aplicação integral da Lei Kandir

Em audiência pública realizada nesta terça-feira (27) na Comissão de Finanças e Tributação (CFT), o deputado Luiz Carlos Hauly (PR) ressaltou a importância da aplicação da Lei Kandir, que isenta do tributo ICMS os produtos e serviços destinados à exportação. Realizada a partir de um requerimento do tucano, a reunião contou com a presença de diversos empresários, que também reforçaram a necessidade de se cumprir a legislação.


“A lei deu um limite para a extrapolação dos estados na cobrança de tributos para exportação”, lembrou Hauly, à época relator do projeto que criou o dispositivo. “Nenhum país exporta impostos e cria restrição ao exportador e também, no caso específico, ao produtor rural”, acrescentou.

De acordo com o tucano, a criação de leis que travam a exportação traz prejuízo para a cadeia do próprio ICMS do estado. “Isso cria um embaraço para a exportação e ao final há imenso prejuízo no mercado interno porque há reação em cadeia. Acaba faltando dinheiro para pagar a farmácia, trocar o carro, entre outros”, observou Hauly.

O deputado propôs que haja um esforço do Parlamento, mais especificamente na CFT, para a elaboração de um acordo entre os entes federados e que o Judiciário responda de forma positiva as demandas de produtores que estão sendo prejudicados. “Que não haja prejuízo para aqueles que estão produzindo e exportando”, explicou. O produtor rural, por exemplo, está com problemas de liquidez em várias regiões do Brasil já que leis estaduais continuam cobrando tributos de exportadores.

O presidente da Associação das Empresas Cerealistas do Brasil (Acebra), Luiz Antônio Fayet, também foi outro a defender a aplicação da Lei Kandir em sua integralidade. Segundo ele, o cumprimento do dispositivo possibilitará ao setor do agronegócio manter sua capacidade competitiva. (Da assessoria do deputado/Foto: Eduardo Lacerda)

O que é a Lei Kandir?
Criada em 13 de setembro de 1996, essa legislação isentou do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) produtos semi-elaborados e primários destinados à exportação e os bens do ativo fixo. Com ela, o país ganhou em competitividade e as exportações brasileiras cresceram no mercado internacional.

O que disseram os participantes sobre a lei
Nos últimos anos, graças a essa legislação, o agronegócio tem sido a 'arma de sustentação' das contas externas nacionais. Sem a Lei Kandir, com certeza nossa economia viveria em déficit.
Luiz Antônio Fayet, presidente da Associação das Empresas Cerealistas do Brasil (Acebra)

Estímulo

Lobbe Neto cobra incentivo fiscal para investimentos em meio ambiente

A Frente Parlamentar Ambientalista da Câmara se reuniu, nesta quarta-feira (28), para discutir a necessidade de uma lei de incentivo a projetos ambientais. De acordo com o deputado Lobbe Neto (SP), membro do grupo, o país merece uma legislação que esteja à altura do seu patrimônio ambiental e que considere o seu potencial simbólico, econômico e de sustentabilidade.

O Brasil, segundo lembrou o tucano, é um dos poucos países no mundo que ainda não tem incentivo fiscal para investimentos em meio ambiente.

Com o objetivo de mudar essa realidade, tramita na Casa o PL 5974/05, que cria o chamado Imposto de Renda Ecológico e permite a pessoas físicas e jurídicas deduzir do IR parte das doações a projetos de conservação dos recursos naturais. A proposta já foi aprovada pelo Senado e aguarda inclusão na pauta da Câmara.

O que é o IR Ecológico?
→ Apresentado como mais uma alternativa de estímulos fiscais capaz de fomentar ações de interesse social, o projeto que prevê a criação do IR Ecológico dispõe sobre estímulos fiscais para projetos ambientais, prevendo que pessoas físicas poderão deduzir até 80% do valor das doações e 60% dos patrocínios dirigidos a projetos ambientais previamente aprovados pelo poder público, até o limite de 6% do imposto de renda devido.

→ Áreas como cultura e responsabilidade social dispõem deste tipo de estímulo previstos em lei. Entretanto, para o meio ambiente ainda não há nada parecido.

Direto do plenário

"Infelizmente, só ouvimos falar em UPPs na cidade do Rio de Janeiro. Segundo dados da própria Secretaria de Segurança Pública do estado, algumas comunidades localizadas na Baixada Fluminense estão se transformando em refúgio das facções criminosas que dominavam as áreas que hoje estão ocupadas por essas unidades de pacificação."
Deputada Andreia Zito (RJ), ao questionar o Governo do Rio de Janeiro a respeito da falta de perspectiva para instalação de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) fora da capital carioca. Segundo a tucana, a baixada não é sequer citada no planejamento para instalação de UPPs.


"Não poderia deixar de lembrar aqui a memória do autor Dante de Oliveira que, com sua ousadia política, coragem cívica e a sede de democracia, apresentou a emenda que se tornou um marco na história do nosso país."
Dep. Thelma de Oliveira (MT), que pediu o registro, nos Anais da Câmara, de editoral publicado no último dia 5 de abril no "Diário de Cuiabá" que homenageia o autor da emenda das "Diretas Já", morto em 2006.





"Temos 3 milhões de brasileiros no exterior. Muitos deles saíram do Brasil à procura de uma vida melhor, e às vezes, com a mudança nas economias, tiveram que voltar. Quando retornam, encontram um novo país e não têm para quem fazer seu apelo. Por outro lado, muitos abandonaram as famílias aqui, como os que foram para o Japão, país que está dificultando a remessa de recursos para cá."
Dep. Professor Ruy Pauletti (RS), que apresentou na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional proposta para a criação da subcomissão das comunidades brasileiras no exterior, que poderia ajudar essas milhares de famílias brasileiras a superar dificuldades.

(Da redação/Fotos: Ag. Câmara e Eduardo Lacerda)

Fatura salgada

Passividade e incompetência do governo encarecem banda larga no país

O governo federal tem grande parcela de responsabilidade pelo alto preço do acesso à banda larga no país - 10 vezes mais cara que em países desenvolvidos. Essa é a conclusão dos deputados Duarte Nogueira (SP) e Rogério Marinho (RN) após analisarem os dados de uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre o tema.

Divulgado nesta semana, o levantamento aponta, entre as principais causas dessa defasagem, a falta de infraestrutura e de competição e o alto peso dos impostos. Para os tucanos, esses problemas já poderiam ter sido solucionados se houvesse competência e boa vontade do Palácio do Planalto.

No último ano, os gastos com banda larga pesaram no bolso de quem utiliza o serviço: cerca de 5% da renda mensal foram direcionados para essa finalidade. Para Duarte, esse é um problema que afeta até mesmo o desenvolvimento do país, pois o alto preço limita o acesso e impede que parcela significativa da população tenha acesso à vasta quantidade de informação disponível na rede.

“O grande desafio é preciso promover um ambiente de competição e, assim, oferecer mais serviços a preços mais acessíveis. Mas, infelizmente, não vemos avanços em virtude da conduta do atual governo. Não há boa vontade e nem capacidade gestora para fazer com que tudo isso aconteça”, criticou o vice-líder tucano.

Para Marinho, a solução para esse problema só surgirá a partir do momento em que o governo agir com mais rigor. “A sociedade está sendo penalizada pela falta de competitividade e pelo tratamento dado a determinadas empresas por motivos que só o Planalto conhece. É necessário que haja mais transparência, e o governo precisa cumprir seu papel de fiscalizador”, cobrou.

Cara e inacessível
Além de custar 10 vezes mais que nos países desenvolvidos, a banda larga ainda tem alcance restrito no Brasil. Na região Nordeste, por exemplo, a internet de alta velocidade chega a menos de 15% dos domicílios.

Semeghini: plano deve incentivar competição e qualidade
Apenas no final do governo, o Planalto anunciou o lançamento de um Plano Nacional de Banda Larga para tentar expandir o acesso a um baixo custo. Para o deputado Julio Semeghini (SP), para que isso ocorra essa iniciativa deverá, necessariamente, estabelecer critérios de competitividade e qualidade dos serviços prestados. Especialista no setor de telecomunicações, o tucano alerta que o debate com a sociedade civil sobre o assunto está atrasado em pelo menos cinco anos.

“Demoraram muito para tratar do plano e quando resolveram fizeram de forma equivocada. O que o brasileiro quer é o acesso à banda larga, com uma qualidade melhor e de forma mais barata. Espero que esse plano seja apresentado rapidamente ao Congresso para que possamos contribuir e assegurar que o brasileiro tenha o acesso à internet banda larga a um preço acessível e com a qualidade, velocidade e cobertura ideais”, afirmou. (Reportagem: Djan Moreno/ Fotos: Eduardo Lacerda)