7 de jan. de 2010

Compra dos caças

Maior negócio militar do país deve considerar questões técnicas, e não só políticas, alertam tucanos

Se a escolha dos 36 novos aviões de combate que passarão a equipar a Força Aérea Brasília (FAB) levar em conta apenas critérios políticos, prejudicará o país e será um "desrespeito" ao Ministério da Defesa e à Aeronáutica. Essa é a avaliação dos parlamentares tucanos que presidem as duas comissões ligadas ao tema no Congresso.


Baixo custo e sociedade - "Algo dessa magnitude e dessa complexidade não pode ser decidido com um viés simplesmente político", disse o senador Eduardo Azeredo (MG), presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado. "Um governo sério, antes de decidir, deve levar em conta o trabalho de análise dos especialistas. Os [caças] Gripen custam a metade do preço dos [caças] Rafale e têm baixo custo de operação", completou o senador.

A questão da transferência de tecnologia também pesa favoravelmente aos suecos. Se fechado o acordo, a Embraer será responsável pelo desenvolvimento de 40% da tecnologia.


A polêmica em torno da compra começou depois que o presidente Lula afirmou no dia 7 de setembro - antes mesmo de avaliar as proposta dos demais países concorrentes (os EUA também participaram) - que os dois países tinham iniciado negociação para a compra dos modelos Rafale, fabricados pela francesa Dessault. Lula fez a afirmação ao lado do presidente da França, Nicolas Sarkozy, que esteve, à época, no Brasil.

O relatório da Aeronáutica, que veio a público esta semana, recomendou a aquisição dos aparelhos Gripen NG, da sueca Saab. Segundo os especialistas que avaliaram técnico e financeiramente as propostas, o modelo sueco é superior. 

A "escolha política" dos novos caças também foi criticada pelo deputado Bruno Araújo (PE), membro titular da Comissão de Relações Exteriores na Câmara. Para o parlamentar tucano, uma decisão baseada nestes termos "seria compreensível" desde que considerados os estudos técnicos produzidos pela Aeronáutica."Se o presidente Lula optar pelos caças franceses estará ignorando as reais necessidades das Forças Armadas e estará desprezando o melhor dos consultores neste caso".
(Fonte: da Redação do Diário Tucano com Agência Tucana/ Foto: Du Lacerda)



Um comentário:

WalPer disse...

Como Brasileiro, e bem nacionalista, gostaria de ver esta decisão sendo tomada somente de acordo com posicionamentos técnicos, principalmente visando futuros benefícios de um bom tratamento de transferência tecnológica. Como tecnologista, meus sentimentos ainda choram sob uma pá de cal lançada em 18 de setembro de 1990. Este não é um assunto para ser tratado com conversas de botequins, e sim sob o relatório de nossos competentes militares e técnicos de nossa Aeronáutica.