19 de jul. de 2010

Constrangimento internacional

Tucanos reforçam críticas a governo Lula sobre restrição à liberdade de imprensa

Os deputados Antonio Carlos Pannunzio (SP) e Silvio Torres (SP) reforçaram nesta segunda-feira (19) as críticas da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) ao governo Lula em relação à liberdade dos meios de comunicação. Para o presidente da SIP, Alejandro Aguirre, a gestão Lula "não pode ser chamada de democrática". O dirigente da entidade internacional comparou Lula a Hugo Chávez (Venezuela), Evo Morales (Bolívia) e Cristina Kirchner (Argentina) que, apesar de terem sido eleitos democraticamente, usam o governo para reduzir a atuação livre da imprensa.


Torres disse que as críticas da SIP, representante dos principais veículos de comunicação da América do Sul, são sérias. “Essa comparação causa grande constrangimento, já que o Brasil tem uma democracia consolidada. A crítica mostra que o governo está se desviando daquilo que a sociedade deseja para o país”, ressaltou.

O tucano afirmou que a liberdade de imprensa deve ser absoluta e não pode ser usada em benefício dos governantes. “O governo Lula demonstrou em várias ocasiões a sua visão de restringir a liberdade dos meios de comunicação. É uma tentativa muito clara, consolidada de ter a imprensa totalmente ao seu lado, seja por meio de implantação de TV pública, seja por limitação de leis, policiando o papel dos veículos”, destacou.

Na avaliação de Pannunzio, as declarações vem reforçar os alertas feitos por tucanos há algum tempo. “As críticas mostram que o PT e Lula desprezam a liberdade de imprensa. A clara demonstração de simpatia por governos totalitários exemplificam também um caminho diferente na condução dos interesses nacionais e da política externa”, criticou.

O "apoio moral" que o Brasil dá à ditadura em Cuba, a tentativa de aprovar leis no Congresso, que limitam a liberdade de imprensa, e o uso da publicidade oficial também foram citados por Aguirre como sinais de fraqueza da democracia no Brasil.

A frase
"Temos governos que se beneficiaram das instituições democráticas, de eleições livres, e estão se beneficiando da fé e do poder que o povo neles depositou para destruir as instituições democráticas. Esses governos não podem continuar a se chamar de democráticos. Não podem seguir falando em nome de líderes democráticos do mundo porque não atuam dessa forma". Alejandro Aguirre, presidente da SIP.

→ Além da interferência de governos, a SIP aponta a crescente violência contra jornalistas como um risco à liberdade de expressão no continente. Em 2010, 17 jornalistas foram assassinados ano e outros onze sequestrados.

→ A SIP é uma organização sem fins lucrativos composta por 1.300 jornais que define sua missão como "defender a liberdade de expressão e de imprensa em todas as Américas".
(Reportagem: Alessandra Galvão/Foto: Eduardo Lacerda)

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