Nesse final de semana acontecerá no Rio de Janeiro mais uma reunião do grupo Basic (Brasil, China, Índia e África do Sul) para discutir mudanças climáticas. O principal tema do encontro é a criação de um limite equilibrado de emissão de CO2 para países ricos e emergentes. Segundo especialistas, há um limite de concentração de gases na atmosfera para garantir que a temperatura do planeta não ultrapasse o aumento previsto de 2º C. Por isso, cada país precisa definir qual será a sua fatia de emissões, o que poderá garantir a preservação do meio ambiente.
O deputado Ricardo Tripoli (SP) espera que a reunião seja produtiva, mas acredita ser difícil cumprir as metas estabelecidas de redução de gases de efeito estufa depois da reforma do Código Florestal. "Esse é o grande problema que temos hoje no país: o presidente Lula ter aceitado essa reforma. O Brasil regrediu porque o governo se omite com essa situação", ressaltou.
De acordo com o tucano, é preciso fazer uma avaliação do que está acontecendo no Brasil em relação às queimadas das florestas. Para Tripoli, o governo tem uma posição contraditória sobre o tema. O Planalto defendeu, diz o deputado, a preservação ambiental na conferência internacional em Copenhague, mas apoiou as alterações do código na Câmara.
Em entrevista ao jornal "O Globo", a presidente do Comitê Científico do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas e vice-presidente do grupo de mitigação do IPCC, Suzana Kahn, disse que a chamada equidade de emissões deverá ser feita com critérios como a responsabilidade histórica de cada país nas emissões (o quanto cada país emitiu no passado), combinada com a atual necessidade de crescimento das nações.
O deputado Duarte Nogueira (SP) disse que o encontro será de grande importância, principalmente para que o país saiba como poderá crescer respeitando o meio ambiente. "Temos um programa de energia limpa que nenhum outro país tem. É preciso trabalhar o uso da tecnologia para promover o nosso desenvolvimento sustentável", afirmou.
→ A decisão de realizar o evento no Brasil foi tomada em abril deste ano, na África do Sul, durante reunião dos ministros de Meio Ambiente dos países que formam o grupo Basic. Durante o encontro, o grupo também cobrará o financiamento destinado às nações emergentes de US$ 10 bilhões. Esse mecanismo é uma promessa das nações ricas e o dinheiro poderá ser usado para medidas contra o aquecimento global.
(Reportagem Letícia Bogéa/Fotos: Eduardo Lacerda)
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