29 de jul. de 2010

Reputação manchada

Governo demorou muito para mudar direção dos Correios, avalia Pannunzio

Diante do anúncio da demissão do presidente dos Correios, Carlos Henrique Custódio, o deputado Antonio Carlos Pannunzio (SP) afirmou que a imagem da instituição foi manchada ao longo dos últimos anos em virtude da incompetência gerencial do governo Lula. O tucano criticou a demora do Palácio do Planalto para trocar a direção da empresa, que atravessa uma séria crise de gestão já denunciada pelo tucano na tribuna da Câmara.

“O uso político dos Correios deu no que deu. Agora espero que haja uma direção mais competente e compromissada com as questões institucionais da estatal para que possamos voltar a ter uma empresa que orgulhe a população, como ocorreu no passado", afirmou Pannunzio nesta quinta-feira (29).

Custódio foi demitido após quatro anos à frente do órgão. De acordo com o ministro das Comunicações, José Filardi Leite, a exoneração foi motivada principalmente pela demora no pagamento de dívidas da empresa com fornecedores. Mas não faltam motivos para a tardia queda, como o atraso na licitação de franquias; falhas na logística, que provocaram atrasos na entrega de correspondências e encomendas; além da demora na realização de concurso público que atraiu mais de 1 milhão de inscritos.

Segundo Pannunzio, todos esses problemas provocaram grande prejuízo aos brasileiros e abalaram fortemente a imagem da instituição. “Por incompetência gerencial, o governo conseguiu desmantelar a imagem de uma empresa centenária e respeitada como os Correios. Infelizmente, isso também custou enormes prejuízos ao país por causa das deficiências nos serviços”, criticou.

Ainda de acordo com o tucano, a intervenção do Palácio do Planalto na empresa demorou a acontecer porque o governo Lula “costuma passar a mão na cabeça dos aloprados e dos inconsequentes”. Pannunzio alerta para uma nova tentativa de uso político dos Correios, já que a renovação de sua diretoria ocorre a pouco mais de dois meses das eleições.

O presidente demitido, assim como o diretor de Gestão de Pessoas, Pedro Magalhães, foram nomeados pelo governo em 2006. Exonerados nesta quarta-feira, ambos ocupavam os cargos de direção sob a chancela do ex-ministro das Comunicações Hélio Costa (PMDB), que concorre ao Governo de Minas Gerais com o apoio do PT. O engenheiro David José de Matos assumirá a presidência, enquanto Nelson de Oliveira, indicado pelo PT, preencherá a vaga de Magalhães.

Faturamento em queda
→ Em consequência da crise enfrentada pelos Correios, a empresa teve no ano passado o seu menor faturamento desde o início do governo Lula, em 2003: R$ 177 milhões. A expectativa inicial era chegar perto do lucro de 2008, de R$ 801 milhões.

→ O início dos serviços postais brasileiros teve início em 1663. Ao longo do tempo, os Correios foram ganhando respeito e credibilidade perante a população, imagem que acabou abalada ao longo do governo Lula em virtude da má gestão da empresa.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Eduardo Lacerda)

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