14 de set. de 2010

Compadrio no DNA

Escândalo na Casa Civil comprova padrão de conduta inaceitável do PT, afirma Otavio Leite

O deputado Otavio Leite (RJ) condenou nesta terça-feira (14) o tráfico de influência envolvendo o filho da atual ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, braço direito da candidata petista à Presidência da República. O parlamentar afirmou que essa é uma prática ilegal recorrente no governo Lula e envolve, mais uma vez, interesses não só partidários, mas também familiares. Para o tucano, esse novo escândalo revela um “padrão inaceitável de conduta” do governo do PT.

Segundo o jornal “O Globo”, o filho da ministra, Israel Guerra, antes de supostamente se beneficiar da posição da mãe no governo no ofício de lobista, foi nomeado para a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) junto com o amigo Vinícius de Oliveira Castro, posteriormente convertido em assessor da Erenice na Casa Civil.

A irmã da ministra, Maria Euriza de Carvalho, foi advogada e consultora da estatal Empresa de Pesquisa Energética, para a qual contratou sem licitação o escritório de advocacia Trajano e Silva. Neste, um dos sócios era mais um irmão: Antonio Eudacy Carvalho. Tudo em família, sem contar que outro integrante do escritório é Marcio Silva, advogado do PT e da campanha da candidata petista. Isso mostra, diz o deputado, mais uma face do aparelhamento do Estado promovido ao longo do governo Lula: o do compadrio.

Na avaliação do parlamentar, essas são revelações que provam uma prática política aparelhista, perversa e de apropriação do Estado para benefícios particulares dos petistas. “Essa é uma típica conduta de improbidade administrativa. Não é uma ministra qualquer, trata-se de uma pessoa íntima e auxiliar da candidata do PT", ressaltou.

Para Otavio Leite, o caso de Erenice Guerra e o escândalo da quebra ilegal de sigilos fiscais de integrantes do PSDB traçam um cenário de degradação da máquina pública. Por isso, o tucano também defende o afastamento imediato da ministra. “Se houvesse o mínimo de dignidade neste governo, a ministra não ocuparia mais esse cargo”, cobrou.

Segundo o livro "A Elite Dirigente do Governo Lula", das cientistas políticas Maria Celina D" Araujo, da PUC do Rio de Janeiro, e Camila Lameirão, entre os funcionários públicos federais mais bem pagos, as pesquisadoras encontraram 45% de ativistas sindicais e, entre eles, 82% de filiados ao PT. "
A população precisa ser alertada para esse absurdo porque do jeito que as coisas andam daqui a pouco teremos um sistema de governo totalitário. Não existirá mais oportunidades e nem voz para a oposição. Além disso, a imprensa será calada e o povo, manipulado”, afirmou. (Reportagem: Letícia Bogéa/ Foto: Eduardo Lacerda)

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