Aumento de renda da população nordestina não resulta em melhora na qualidade de vida
Estudo inédito feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgado nesta segunda-feira pelo “Estadão”, mostra que o aumento de renda constatado nos estados da região Nordeste não significou a melhoria na qualidade de vida da população. Programas de transferência de recursos, como o alardeado Bolsa Família do governo Lula, ajudaram a incrementar a renda dos nordestinos, mas os serviços essenciais a que todos deveriam ter acesso - como saúde de qualidade, moradia adequada e segurança - tiveram um resultado bem abaixo da média de ganhos da população.
Atraso - Para o deputado cearense Raimundo Gomes de Matos, o governo ainda deixa muito a desejar em termos de políticas sociais. “O Bolsa Família até pode movimentar um pouco a economia local, mas não emancipa a população em termos de políticas sociais. Na microeconomia até vemos algumas melhorias, mas o governo não se preocupa em melhorar os hospitais, em oferecer educação universal. O aumento de renda tem de estar atrelado às políticas públicas”, alertou o tucano.
A pesquisa traça um retrato detalhado do atraso da região Nordeste com base em 36 microindicadores oficiais agrupados em temas como saneamento básico, qualidade de moradia, segurança pública, empregos, desigualdade, pobreza.
Concluído em junho, o estudo da FGV atribui a falta de reflexos do aumento da renda nos indicadores sociais à escolha de políticas públicas equivocadas por parte do governo. Estados como o Piauí e o Maranhão, por exemplo, seguem como os estados mais subdesenvolvidos do Brasil. (Reportagem: Rafael Secunho)
Nenhum comentário:
Postar um comentário