15 de jan. de 2010

Caças da FAB

Hauly quer saber quem vai pagar a conta do maior negócio militar do país

O deputado Luiz Carlos Hauly (PR) apresentou requerimento à Mesa Diretora solicitando informações sobre a compra dos 36 novos caças para renovar a frota da Força Aérea Brasileira (FAB). Hauly quer saber do governo quanto vai custar a fabricação dos aviões e também se as despesas são de responsabilidade do fornecedor do avião ou de seu país de origem.


“É uma decisão técnica, política, econômica e científica. Todas essa as questões devem ser consideradas”, ressaltou Hauly. O Brasil exige três condições para concluir o programa F-X2, o concurso para aquisição dos caças: soberania de uso das aeronaves, reserva de mercado e transferência de tecnologia.

“Quem é que vai pagar essa conta? A quem caberá as despesas referentes ao desenvolvimento de plataforma e subsistemas de um avião que viesse a ser selecionado e não estiver plenamente desenvolvido?”, questionou o deputado.

A Aeronáutica entregou na semana passada o relatório final com a avaliação técnica e o ranking para a compra dos caças: o sueco Gripen NG da Saab, em primeiro lugar; o F-18, da Boeing norte-americana, veio em segundo na preferência da Aeronáutica e o Rafale, da Dassault (França), em terceiro. A avaliação, no entanto, é meramente formal uma vez que o próprio ministro da Defesa, Nelson Jobim, já afirmou que a escolha levará em conta intenções políticas. Em setembro, o presidente Lula assinou acordo militar com a França e, já naquela época, admitiu preferência pelos caças franceses.

Na volta do recesso parlamentar (em fevereiro próximo), o requerimento deve ser encaminhado ao Ministério da Defesa, que terá 30 dias para responder sobre o Programa FX2. Se houver recusa, não atendimento no prazo ou prestação de informações falsas, as autoridades podem responder por crime de responsabilidade, como determina a Constituição. (Da redação do Diário Tucano, Alessandra Galvão, com informações de agências)

Nenhum comentário: