12 de mar. de 2010

Lula e Dilma no palanque

Tucanos condenam reinauguração de obra superfaturada no PR

Como se não bastassem os sucessivos atos de campanha antecipada, o presidente Lula e a sua pré-candidata, Dilma Rousseff, estiveram nesta sexta-feira (12) em Araucária (PR) para "inaugurar" uma unidade da Refinaria Getúlio Vargas (Repar) que já está em funcionamento. Para piorar, o Tribunal de Contas da União (TCU) havia recomendado no ano passado a proibição de repasses federais ao empreendimento em virtude de irregularidades, como superfaturamento. Diante desses fatos, os tucanos consideram a visita inoportuna e eleitoreira.

Agenda vazia - “Essa é certamente a época de maior exposição de um presidente e de sua candidata em toda a República. É péssimo que se use a estrutura pública para se fazer campanha ilegal e fora de hora”, criticou o deputado Gustavo Fruet (PR).

“Mas agora parece que o Tribunal Superior Eleitoral vai se manifestar a respeito", destacou o tucano ao se referir à decisão tomada pelo ministro Felix Fischer, que nesta semana propôs multa de R$ 5 mil a Lula e Dilma por entender que
houve propaganda antecipada durante um discurso do presidente em inauguração de um campus universitário em Araçuaí (MG), em janeiro.

O senador Alvaro Dias (PR) também reprovou mais um episódio do que classifica de “turismo eleitoral do presidente Lula”. “O presidente foi ao Paraná com uma agenda inócua. O primeiro ato da sua visita ao estado foi aplaudir o superfaturamento”, criticou.

Já o deputado Alfredo Kaefer (PR) lamentou o excesso de dinheiro que vai pelo ralo com tantos palanques. “O fato é que o governo está jogando dinheiro pela janela a troco de beneficiar a ministra Dilma Rousseff. É uma verdadeira roubalheira”, lamentou.

A obra visitada nesta sexta é a nova unidade de propeno da Repar, que já está funcionando desde 18 de outubro de 2009 e já produziu 60 mil toneladas desde então. Principal empreendimento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no Paraná, a Repar foi um dos quatro empreendimentos da Petrobras que o TCU recomendou que fossem impugnados.

Além dela, a refinaria Abreu e Lima (PE), o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e a implantação de um terminal em Barra do Riacho (ES) também foram considerados pelo tribunal como obras “com irregularidades graves”. Elas tiveram o repasse dos recursos do Orçamento vetado pelo Congresso, mas o presidente Lula derrubou a decisão do Legislativo.
(Reportagem: Rafael Secunho/ Fotos: Eduardo Lacerda)

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