31 de mai. de 2010

Entre amigos

Deputados criticam indenização suspeita paga pela Telebrás à empresa

O líder da Minoria na Câmara, deputado Gustavo Fruet (PR), considerou grave a denúncia de que a Telebrás teria pago R$ 210 milhões a mais do que deveria em uma ação de indenização movida por um empresário amigo do ex-ministro das Comunicações Hélio Costa (PMDB). Segundo Fruet, quem vai arcar com o prejuízo mais uma vez é o cidadão.

“Quem tem uma ação de indenização desse valor no Brasil? O dinheiro que deveria ser usado para a banda larga, vai acabar sendo direcionado para pagar dívidas passadas de pessoas próximas do governo. O prejuízo é para o povo. Não há banda larga que resista a isso no Brasil”, criticou.

Fruet lembrou que o caso vem à tona no momento em que o governo “ressuscita” a estatal, que será a gestora do Plano Nacional de Banda Larga, lançado no último dia 5.

Vice-líder da Minoria, o deputado Vanderlei Macris (SP) classificou de “inconcebível” a indenização milionária. Para ele, o Planalto sempre tenta beneficiar os "companheiros".

“É inconcebível, além de se tratar de uma 'ação entre amigos'. É praxe desse governo favorecer aqueles que são amigos do 'rei'. É importante que o Ministério Público Federal investigue os motivos de um valor tão alto de indenização, fruto de um acordo como se o recurso público fosse de propriedade do Planalto”, condenou.

Macris informou que vai apresentar um requerimento de informações na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle para descobrir os detalhes da transação.

A Telebrás e a Embratel eram rés na ação judicial e foram condenadas a pagar, cada uma, indenização de R$ 506 milhões à empresa “VT Um Produções e Empreendimentos”, de Uajdi Moreira, amigo do ex-ministro Hélio Costa há mais de 30 anos.

→ Enquanto a Telebrás firmou acordo extrajudicial com a empresa no valor de R$ 253,9 milhões para encerrar a discussão, a Embratel precisou pagar apenas um sexto do que fez a estatal vinculada ao Ministério das Comunicações: R$ 44 milhões. Hélio Costa era o titular da pasta quando o acordo foi fechado. O Ministério Público Federal (MPF) também investiga o caso.


(Reportagem: Alessandra Galvão/Foto: Eduardo Lacerda)

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