5 de ago. de 2010

Retrocesso do Itamaraty

Emanuel critica carta do Brasil ao Conselho de Direitos Humanos da ONU

Uma carta enviada pelo Brasil aos países-membros do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) sugerindo que a entidade não aprove censura às nações que violem as garantias individuais está provocando polêmica. No texto divulgado pelo jornal "O Estado de S. Paulo", o Itamaraty afirma que o diálogo e a negociação devem preceder o voto de condenação pública aos infratores.

O presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, deputado Emanuel Fernandes (SP), vai apresentar um requerimento ao colegiado pedindo explicações ao Itamaraty. Ele afirma que a postura do governo brasileiro vai na contramão da defesa dos direitos humanos no conselho da ONU.

"Isso é inegociável. Não tem a ver com relações bilaterais ou relações entre governos para não ter saia justa entre os que violam e que não violam. É princípio, e em princípios você não transige. Acho que a posição do Brasil tem que ser clara, límpida e direta", afirmou à Rádio Câmara.


O deputado considera que o Brasil retrocede e tenta beneficiar ditadores apenas preocupado com as relações comerciais. Para Emanuel, a falta de efeito das sanções da ONU não justifica a ausência de censura aos países que ferem os direitos humanos. "Não importa se há efetividade ou não há. O que se precisa é reafirmar o princípio. Insisto, com um tipo de posição como essa o Brasil se isola cada vez mais no mundo. É surpreendente, me parece um tiro no pé", ressaltou.

O Brasil e seus polêmicos apoios
O Brasil deve levar a carta para debate na ONU com o apoio do Movimento de Países Não-Alinhados - Irã, Líbia, Cuba e Coreia do Norte, todos acusados de ignorar resoluções das Nações Unidas. O Conselho de Direitos Humanos da ONU tem 47 países-membros, com mandato de três anos. Para que uma resolução seja aprovada, é necessária a maioria simples dos integrantes.

(Da redação com informações da Agência/Rádio Câmara - Foto: Ag. Câmara)

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