A redução lenta do número de analfabetos no Brasil comprova o descaso do governo federal com as políticas sociais. Essa é a avaliação do deputado Raimundo Gomes de Matos (CE) sobre a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) na área educacional. Os dados do levantamento mostram que de 2008 para 2009, o número de analfabetos com dez anos ou mais no Brasil caiu mais que de 2007 para 2008, mas o ritmo da redução continuou lento.

Fazem parte desse número especialmente homens, com 15 anos ou mais, e, sobretudo, moradores do nordeste do país, onde essa taxa chega a 40,1% da população dessa região. “No decorrer desses oito anos, percebemos que a inércia da atual gestão em trabalhar para reduzir o número de analfabetos no país já é fato”, afirmou o tucano.
Integrante da Comissão de Educação e Cultura da Câmara, Gomes de Matos reafirmou a necessidade de políticas públicas direcionadas ao atendimento dos analfabetos funcionais. O parlamentar se refere àqueles que apesar de terem conhecimento de letras e números, não conseguem interpretar textos e fazer operações básicas de matemática. O número de analfabetos funcionais no país chega a 20,3% da população. Um em cada cinco brasileiros não entende o que lê ou não sabe somar e subtrair.
Para o parlamentar, o governo brasileiro deve seguir o exemplo da Coréia do Norte, que ao investir no setor, promoveu a valorização do profissional da educação garantindo boas condições de trabalho e melhores salários. O país asiático, segundo o deputado, também conseguiu dar aos alunos mais incentivos para conseguirem especializações.
Evasão alta entre adultos
→ A falta de investimento e a dificuldade de implementar métodos pedagógicos atraentes são os principais entraves para erradicar o analfabetismo no país, segundo especialistas. "Os programas dessa área têm enorme dificuldade em manter as pessoas adultas estudando. A evasão é muito grande. Por mais que se faça um esforço inicial grande em identificar e matricular esses adultos, eles não aguentam por muito tempo”, afirmou Mozart Ramos, do movimento Todos Pela Educação, em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo. (Reportagem: Renata Guimarães / Foto: Eduardo Lacerda)
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