14 de jul. de 2009

Investigação séria


CPI da Petrobras não será palanque, diz Sérgio Guerra

"Assim que a oposição pediu a instalação da CPI da Petrobras, o governo Lula fez de tudo para desqualificar a ação. Mas temos o dever de investigar e de preservar a estatal, que é um orgulho para os brasileiros, e não queremos usar a comissão como palanque, como alguns fizeram sob o pretexto de patrocínio cultural". A declaração foi feita pelo presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), durante a sessão para instalar a CPI da Petrobras e eleger seu presidente e vice e indicar o relator.

28 requerimentos - Depois de se valer de artifícios por quase dois meses para impedir a instalação da CPI, a base do governo decidiu seguir a recomendação do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que determinou o início dos trabalhos com qualquer quórum. Presidida temporariamente pelo senador Paulo Duque (PMDB-RJ), por ser o mais idoso, o novo colegiado será presidido pelo senador João Pedro (PT-AM), tendo como vice Marcelo Crivella (PRB-RJ) e Romero Jucá (PMDB-RR) como relator. Dos 11 integrantes titulares, apenas três são da oposição: Alvaro Dias (PR), Sérgio Guerra e Antônio Carlos Magalhães Júnior (DEM-BA).

O nome de Alvaro, autor do requerimento que criou a CPI, foi lançado pela oposição para a presidência do novo colegiado. A indicação seguiu a praxe do Congresso Nacional que, por tradição, confirma para a presidência da comissão de inquérito o autor de seu requerimento, ficando a relatoria disponível para outro bloco partidário.

De acordo com o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), a tradição só foi quebrada uma vez - na CPI do Mensalão (comissão formada para investigar favorecimento a parlamentares em troca de apoio ao governo em 2005). "Na época o governo Lula acionou a sua tropa de choque para eleger o presidente e o relator da CPI, mas os fatos foram maiores e a comissão conseguiu cumprir seu papel investigativo", lembrou o senador tucano.

Por sua vez, o tucano paranaense explicou aos titulares da CPI que o objetivo da oposição ao criar a comissão foi o de preservar a Petrobras e investigar indícios de irregularidades já apontados pelo Tribunal de Contas da União, Receita Federal e Polícia Federal. "No entanto, estamos vendo o governo manobrar para que a CPI seja chapa-branca. Nós não queremos criar impasses administrativos para a estatal, mas sim esclarecer os fatos. Estamos movidos por um sentimento patriótico", afirmou.

A oposição entregou hoje 28 requerimentos à presidência da CPI. Todos eles serão apreciados na primeira reunião da comissão após o recesso parlamentar, no dia 6 de agosto às 10h. Os requerimentos estão disponíveis AQUI. (Da redação com Agência Tucana/ Foto: Ag. Senado)

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