Planalto aumenta gastos correntes e investe pouco
Apesar da crise econômica, o governo Lula aumentou os gastos correntes neste semestre, deixando em segundo plano a expansão dos investimentos. Segundo estudo dos economistas José Roberto Afonso e Gabriel Junqueira, a expansão das despesas em comparação com o mesmo período de 2008 chegou a R$ 36 bilhões, mas apenas R$ 1,3 bilhão foram para investimentos. Para deputados do PSDB, essa forma de gestão dos recursos é preocupante e terá impacto negativo no futuro.
Números - Os dados extraídos do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) revelam que os investimentos passaram de R$ 9,9 bilhões no primeiro semestre de 2008 para R$ 11,2 bilhões no mesmo período deste ano, um incremento de apenas 0,1 ponto percentual do PIB - de 0,67% para 0,77%. Já os gastos com pessoal aumentaram de R$ 69,7 bilhões para R$ 80,2 bilhões, enquanto as demais despesas correntes pularam de R$ 221,4 bilhões para R$ 325,9 bilhões. A execução do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) é mais uma prova de que os investimentos não são prioritários para a gestão petista. Até o começo de julho, não tinham sido pagos nem 6% do Orçamento de 2009.
O deputado Arnaldo Madeira (SP) afirmou nesta segunda-feira que o governo Lula é marcado pelos gastos correntes e com pessoal. “A política de aumentar as despesas permanentes é totalmente irresponsável e mantém o nível de investimento baixo”, criticou. Para o tucano (foto acima), “o investimento público é a forma correta de enfrentar a crise econômica, e não a expansão contínua das despesas promovida pelo governo”.
Já o deputado Antonio Carlos Pannunzio (SP) explicou que o desenvolvimento do país e a manutenção do emprego dependem de investimentos. “Quando o Estado despende os recursos da arrecadação unicamente para o custeio da sua máquina, isso mostra um desajuste e um desequilíbrio”, alertou. Em sua opinião, os resultados do estudo já eram previsíveis em virtude da incompetência da política econômica dos petistas. “Hoje colhemos o resultado dessa imprudência. Eles foram generosos com as despesas, não houve corte de gastos e o investimento não aconteceu”, condenou. (Reportagem: Alessandra Galvão/ Fotos: Eduardo Lacerda e Ag. Câmara)
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