27 de out. de 2009

Criminalidade

Planalto é omisso no combate ao crime organizado, avaliam tucanos

Especialistas em segurança pública, os deputados João Campos (GO) e Marcelo Itagiba (RJ) criticaram o que classificaram de "omissão" do governo federal no combate ao tráfico de drogas e armas no país. Os tucanos afirmaram nesta terça-feira (27) que a falta de ações efetivas para impedir a disseminação do crime organizado, assim como a frágil política de prevenção ao uso de entorpecentes, têm contribuído para a onda de violência que atinge vários locais, em especial o Rio. Segundo eles, a má gestão e o descumprimento das leis estão alimentando o tráfico e a criminalidade.

Falta de ações - “O combate ao tráfico é competência do governo federal. Mas a omissão estatal permitiu ao crime se organizar até chegarmos a esse ponto”, afirmou Campos, 2º vice-presidente da CPI da Violência Urbana.“Desde a aprovação da Lei Antidrogas, em 2006, e do Estatuto do Desarmamento, em 2003, o governo não realizou nenhuma ação para fazer com que essas leis fossem cumpridas. Não houve até agora nenhuma política pública ou estratégia nova”, criticou.
O deputado alertou para a necessidade de o Estado oferecer recursos para que os órgãos competentes possam adquirir a tecnologia necessária para proteger as fronteiras e combater o tráfico. “Não se faz segurança pública com retórica e nem se enfrenta a violência urbana com discurso fácil. Para encarar o crime organizado é preciso também de um Estado organizado, mas o governo é omisso. Sem drogas e sem armas a criminalidade não teria o vigor de hoje. Falta ação firme, inteligente e organizada” , destacou.

Itagiba também reprovou a falta de políticas de repressão e combate ao tráfico e afirmou que o maior dos erros cometidos pelo governo é o de não agir na prevenção ao uso de entorpecentes. “Só agora, há um ano do fim do governo, começam a falar em tomar alguma atitude”, lamentou. O tucano é autor de uma proposta que altera a lei antidrogas e prevê a internação compulsória de viciados. “Esse seria um instrumento a mais para os juízes e para a sociedade. Mas para se tornar realidade, é fundamental investimentos para o tratamento dos dependentes, além da criação de clínicas”, explicou. (Reportagem: Djan Moreno/Fotos: Du Lacerda

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