11 de dez. de 2009

Descaso

Alto gasto das famílias com remédios é fruto da omissão do governo

Os deputados Leonardo Vilela (GO) e Raimundo Gomes de Matos (CE) condenaram nesta sexta-feira (11) a postura omissa do governo Lula com a saúde pública. Ao não priorizar devidamente o setor, o Planalto não somente deixa os brasileiros mais vulneráveis como leva a população a ter que destinar parte da renda para a compra de remédios, já que muitos deles não estão disponíveis no SUS.

Saúde em 5º plano - Pesquisa divulgada pelo IBGE nesta semana revelou que as famílias gastam 10 vezes mais com medicamentos do que o governo. Segundo o estudo, em 2007 os consumidores despenderam R$ 44,8 bilhões para essa finalidade, enquanto o governo aplicou somente R$ 4,7 bilhões no mesmo ano.

“A gestão petista não prioriza a saúde, fazendo com que os gastos recaiam sobre os cidadãos. A sobrecarga no orçamento familiar com remédios em virtude da falta de acesso é uma constatação disso. O governo Lula tem dinheiro para gastar com publicidade e anunciar obras que não saem do papel, mas os recursos para a área da saúde estão comprometidos”, alertou Matos.

Médico, assim como o deputado pelo Ceará, Vilela avalia que o governo federal não toma qualquer medida concreta para mudar esse cenário. "Enquanto isso, muitas famílias, inclusive as mais carentes, gastam parcela significativa da sua renda familiar com medicamentos”, lamentou.

Para mudar esse quadro, o tucano defendeu redução da carga tributária do setor, ampliação dos programas federais de assistência farmacêutica e de doação de medicamentos, além da melhoria do atendimento do SUS.

A pesquisa mostrou ainda que os gastos das famílias com remédios é quase igual ao feito com consultas, laboratórios e outros serviços não hospitalares (R$ 46,1 bilhões), além de R$ 11,6 bilhões com planos de saúde e R$ 22,3 bilhões com serviços de atendimento hospitalar.

Na avaliação dos tucanos, os números são um reflexo da insuficiência do sistema público. “Se o SUS funcionasse bem, não haveria necessidade do contribuinte recorrer tanto a planos de saúde e hospitais privados. Isso mostra que o governo federal relega a quinto plano a questão da saúde no Brasil”, lamentou Vilela. Para Matos, é justamente o acesso deficiente que força a população a buscar o atendimento privado, afetando o orçamento familiar.

O deputado pelo Ceará voltou a criticar a queda de R$ 300 milhões na área de assistência farmacêutica prevista no Orçamento de 2010. “O governo precisa compreender que se não há oferta de medicamentos, os gastos com saúde do próprio SUS serão maiores, já que o quadro de pacientes que precisam de medicamentos e não obtém acesso tende a se agravar”, alertou. (Reportagem: Alessandra Galvão/ Foto: Du Lacerda)

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