14 de dez. de 2009

Incapacidade de gestão

Discurso de Lula sobre saneamento destoa da realidade, diz Chucre

O deputado Fernando Chucre (SP) rechaçou nesta segunda-feira (14) o discurso do presidente Lula de que o governo investe mais em saneamento básico do que os anteriores. Para o tucano, pior do que o palavrão dito pelo petista em São Luís é a realidade ser bem diferente do falatório presidencial.

Obras em ritmo lento - Os números colocam por terra o discurso de Lula. Segundo estudo do próprio Ministério das Cidades, de 2007 até hoje o Planalto só conseguiu executar 11% dos R$ 12,6 bilhões reservados para programas de saneamento básico urbano e rural no Orçamento da União.

“O presidente acredita que o governo está investindo e que as obras estão andando quando os números mostram a execução baixíssima dos empreendimentos devido à absoluta incompetência e incapacidade de gestão. Mais uma vez o discurso de Lula não encontra respaldo na realidade. Além de irresponsável, também é eleitoreiro”, condenou o tucano, integrante da Comissão de Desenvolvimento Urbano.

Segundo reportagem do jornal "O Globo", se o ritmo atual dos investimentos em obras de coleta de esgoto for mantido, o Brasil somente conseguirá universalizar esse serviço em 66 anos. Como apenas 42% dos brasileiros têm acesso a esgoto, a meta do milênio de ampliar a rede para atender 70% da população até 2015 só deve ser alcançada em 40 anos, segundo especialistas.

“Essa incapacidade de gestão e a falta de investimentos trazem consequências negativas para a população. Apesar da disponibilidade de recursos, o governo Lula optou pela expansão das despesas em vez de investir”, reprovou Chucre. O deputado do PSDB lembra ainda que os números de execução do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na área de habitação e saneamento básico são pífios.

Levantamento da Assessoria Técnica do PSDB no Siafi mostra que as obras do PAC para melhorar a estrutura de saneamento básico e do abastecimento de água de fato apresentam execução lenta. Da dotação de R$ 733,2 milhões destinada a Fundação Nacional da Saúde, por exemplo, apenas 1,36% foi efetivamente pago. Já o Ministério das Cidades, que também executa uma série de empreendimentos no setor, o mau desempenho se repete. Dos R$ 9,5 bilhões destinados à pasta via PAC, apenas 24,52% foram executados até o último dia 13. (Reportagem: Alessandra Galvão/Foto: Ag. Câmara)

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