Diante do sumiço em série de adolescentes na cidade de Luziânia (GO), a relatora da CPI dos Desaparecidos, deputada Andreia Zito (RJ), afirmou nesta terça-feira (26) que as autoridades precisam investigar seriamente o caso. "Esse é um episódio que reforça a importância da CPI; governo e autoridades devem levá-la a sério”, disse a relatora.
Em menos de um mês, seis meninos entre 13 e 19 anos, moradores da periferia da cidade que fica a 66 km de Brasília, desapareceram misteriosamente durante o dia após realizarem atividades de rotina.
A deputada aproveitou para criticar a falta de apoio dos governantes em relação ao trabalho da CPI, que tenta contribuir na redução dos desaparecimentos. “Nosso papel é fundamental. Ao final dos trabalhos apresentaremos um relatório capaz de ajudar o próprio governo a reduzir esse problema. Infelizmente, o apoio que recebemos é mínimo. Não vejo boa vontade do governo em auxiliar o Legislativo nesse sentido”, apontou.
Segundo Andreia (foto), os desaparecimentos de pessoas, em especial de crianças e jovens, é um problema social e que todos tem responsabilidade sobre ele. "É um caso assustador e reflete a realidade da maioria das cidades brasileiras. As famílias também precisam ser conscientes e saber lidar com seus adolescentes e pessoas com problemas. Falta conscientização e as autoridades devem trabalhar isso”, alerta a tucana.
Em Luziânia, o Ministério Público não descarta a hipótese de que haja um grupo de extermínio agindo na região. A polícia ainda não concluiu os trabalhos de investigação e trabalha até com a possibilidade desses desaparecimentos serem apenas rebeldia de adolescentes. A Secretaria de Desenvolvimento Social do DF, que auxilia nas buscas, afirma que em mais de 80% dos casos de desaparecimento os adolescentes fogem e reaparecem em até um ano e que apenas em cerca de 10% dos casos os desaparecidos seriam de fato vítimas de assassinato ou de cooptação para tráfico, trabalho escravo ou outras atividades criminosas.
Andreia Zito afirma que é um erro comum as autoridades tratarem os casos sempre como se fossem apenas mais um e tentar atribuí-los ao comportamento dos próprios jovens envolvidos. No caso da cidade goiana, todos os adolescentes têm o mesmo perfil e nenhum tinha passagem pela polícia o que, segundo o delegado responsável pelo caso, torna-o mais “complexo e intrincado" (Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Du Lacerda)
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