Em debate na Rádio CBN, o deputado Antonio Carlos Mendes Thame (SP) rebateu as críticas da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) em relação a suposta demora do Congresso Nacional em aprovar os projetos que regulamentam a exploração da camada pré-sal. Segundo o presidente do PSDB-SP, o próprio governo motivou um intenso debate sobre a divisão dos royalties entre estados e a União, atrasando a votação de três propostas pendentes. Além disso, o tucano avalia que o Planalto está preocupado em atrair investimentos internacionais com a exploração da camada subterrânea para cobrir rombos orçamentários.
Desastre - “O país está entrando em um novo ciclo que é desastroso. Estamos com um déficit de R$ 50 bilhões na balança de serviços e que não é coberto pela balança comercial. O equívoco na política econômica do Planalto é a supervalorização do real, o que tem arrebentado a nossa cadeia produtiva, dificultando as exportações e facilitando as importações”, apontou Mendes Thame.
O parlamentar avaliou que no início do governo o PT seguiu os princípios econômicos da gestão anterior. Mas logo depois deixou a desejar no quesito responsabilidade fiscal. Com os gastos em alta, há pressa em acatar as propostas do pré-sal. “Há a possibilidade de fecharmos 2010 com um buraco de R$ 10 bilhões. Daí a pressa em aprovar esses projetos, já que eles vão atrair recursos externos que também ajudarão a fechar as contas de investimentos para a Copa e Olimpíadas, por exemplo", destacou.
Mendes Thame disse que a aprovação de um dos projetos foi feita até com relativa rapidez na Câmara - o que trata da criação da Petrosal. "Mas no final de 2009 o governo resolveu focar na questão da divisão dos royalties. Deputados da base aliada estimularam esse debate quando, na verdade, deveríamos estar muito mais concentrados em estimular o setor petrolífero a crescer, como ocorreu com a Lei do Petróleo em 1997, durante a gestão FHC”, comparou o tucano.
Mendes Thame participou do programa ao lado do líder do PT na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP). Em meio ao debate, o tucano reforçou que essa extensa discussão sobre a repartição das riquezas tem retardado a apreciação dos outros três projetos. Um deles trata do marco regulatório da camada pré-sal, o outro da criação do fundo social para a destinação dos recursos e o último da autorização para a Petrobras assumir as áreas entre os blocos na região do pré-sal já descoberta.(Reportagem: Rafael Secunho/Foto: Du Lacerda)
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