8 de mar. de 2010

Escândalos sem fim

Tucanos condenam desvios de recursos para bancar campanhas do PT

Parlamentares do PSDB condenaram nesta segunda-feira (8) o desvio de verbas da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop) para abastecer campanhas eleitorais do Partido dos Trabalhadores, conforme apurado pelo Ministério Público.

Prática recorrente - Segundo os tucanos, estão virando rotina as denúncias de que o PT recorre a fontes inadequadas para bancar candidatos da legenda. Segundo a reportagem da capa da “Veja” desta semana, um dos pivôs do escândalo Bancoop é João Vaccari Neto, recém-escolhido tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff à Presidência.

“Isso só confirma que as principais fontes de financiamento de campanha do PT estão vinculadas a desvio de dinheiro público, seja diretamente do Tesouro, ou de inocentes como os cooperados dessa Bancoop. É uma prática recorrente petista”, observou o líder tucano na Câmara, João Almeida (BA). Esse escândalo deve, inclusive, provocar a abertura de uma CPI na Assembleia Legislativa de SP.

Criada com a promessa de entregar imóveis 40% mais baratos que os de mercado, a Bancoop deixou, no lugar dos apartamentos, um rastro de escombros. Cerca de 400 famílias movem processos contra a cooperativa, já que mesmo tendo quitado o valor integral dos imóveis, não só deixaram de recebê-los como passaram a ver as prestações se multiplicar a ponto de levá-las à ruína.

A reportagem da "Veja" mostra que nas mãos de dirigentes do PT a Bancoop se transformou num ótimo negócio para encher os bolsos de seus diretores e abastecer campanhas eleitorais do partido. A entidade teria ajudado a financiar inclusive a campanha de Lula à Presidência em 2002. Vaccari, o novo tesoureiro do PT, já foi diretor-financeiro e presidente da cooperativa.

“Em determinado momento foi o lixo, já que os petistas utilizavam as companhias que coletam detritos nas cidades para arrecadar dinheiro para o caixa 2. Depois, veio o mensalão. E agora aparecem novas evidências nesse sentido. E o pior é que José Dirceu será o coordenador da campanha da ministra e Vaccari, o tesoureiro. Não devemos esperar coisas boas”, alertou Almeida.

Das tribunas da Câmara e do Senado, tucanos também alertaram para a gravidade do caso. “Esse senhor Vaccari, o novo Delúbio do PT, na eleição de 2006 foi chamado pelo próprio presidente Lula de aloprado. A pergunta que faço é se ele é agora um ex-aloprado ou se continua sendo aloprado. Ele estava envolvido no escândalo que tentou forjar uma situação embaraçosa para o então candidato Geraldo Alckmin a fim de favorecer a candidatura do PT”, apontou o deputado Antonio Carlos Pannunzio (SP).

“O Ministério Público, a Justiça e o Brasil estão estarrecidos. Semana retrasada foi o caso da Telebrás, com José Dirceu, que acabou confessando que recebeu R$ 620 mil da empresa que comprou a Eletronet por R$ 1. Agora é a Bancoop. Queremos providências e punição. Chega de denúncias”, cobrou Luiz Carlos Hauly (PR).

Já o senador Alvaro Dias (PR) destacou que os mutuários da Bancoop "não foram assaltados por marginais de rua", mas por colarinhos brancos. “Os seus recursos foram desviados para uma campanha política que elegeu um presidente da República que surfou nas ondas das esperanças populares, para rasgar todas as bandeiras que empalmou, mas especialmente jogar no lixo da história a bandeira da ética”, criticou. (Reportagem: Rafael Secunho/ Fotos: Ag. Câmara)

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