Em cena, os truques eleitorais de Lula
(*) Luiz Carlos Hauly
A nove meses para acabar seus dois mandatos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não conseguiu mostrar a que veio. A herança que ele deixará para o próximo governante é de desordem e caos na gestão e estrutura funcional. Caberá ao próximo governante o desafio de organizar e planejar as ações que definirão o País que teremos nos próximos anos.
A marca do governo Lula é a do ilusionismo. Entre obras programadas com orçamento anual e aquelas que seriam supostamente aceleradas com recursos de um programa intitulado PAC, já na segunda gestão de seu governo, 54% não saíram do papel. E estavam prometidos 12.163 empreendimentos.
Nem conseguiu executar uma primeira fase e do nada, Lula lançou o PAC 2 com a promessa estratosférica de investir R$ 1 trilhão, o que evidencia claramente um truque eleitoral visando eleger seu candidato do colete.
Não houve novidade tampouco no dinheiro investido – ele reorganizou orçamentos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) sob controle do BNDES, e os do FGTS, sob comando da Caixa Econômica Federal.
A mágica dos grandes números anunciados é reunir num só bolo os valores que serão orçados com os investimentos previstos pelo setor privado ao lado das estatais. Tudo num montante único, como se fora para o eleitor desavisado, investimentos feitos com dinheiro do governo. Daí: R$ 1 trilhão de sonhos e ilusões.
Já a herança maldita começa pela falta de planejamento de médio e longo prazo, pela descontinuidade na conclusão de obras e projetos e, sobretudo, pelo modo imperial/presidencial de governar. Ao herdar dos governos do PSDB a estabilidade econômica e a tranquilidade obtida com o sucesso do Plano Real, Lula poderia fazer o que se esperava dele: modernizar e fortalecer a economia trazendo para o Congresso e para a sociedade os amplos debates e desafios que se faziam essenciais para o futuro do País – reformas política e tributária, além do aprimoramento da inserção internacional do Brasil, já solidificando sua posição como liderança macroregional e detentora de democracia plural e absolutamente confiável.
A queda no PIB e na renda da agricultura demonstra que Lula ignorou os apelos e gritos do setor, que mostrando pujança é ainda a maior responsável pelo balanço comercial positivo. No setor industrial proveu de recursos fartos empresas que ampliaram sua participação em setores estratégicos da economia e com isso realizaram uma demasiada concentração empresarial.
A conquista democrática é atacada com o seu modo imperial, ao passar continuadamente um rolo compressor no Congresso Nacional, desconsiderando projetos de lei apresentados por deputados e senadores e enviando medidas provisórias disformes, congestionando a pauta do Parlamento e, assim, enfraquecendo-o.
No campo da transparência administrativa pecou e muito, permitindo que a corrupção campeasse. Dos seus oito anos, uma leitura clara e sistemática das ações do governo Lula revela que há muito houve o desvio das promessas vãs que iludiram o povo brasileiro. Nos últimos meses há que se preocupar com novos e inesperados truques eleitorais.
(*) Luiz Carlos Hauly é deputado federal pelo PSDB do Paraná. Contato: dep.luizcarloshauly@camara.gov.br. Artigo publicado no "Jornal da Câmara" em 12 de abril de 2010.
12 de abr. de 2010
O caos como herança
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