6 de mai. de 2010

Fantasma de volta

Deputados apontam caminhos para conter aumento da inflação

Economistas, os deputados José Aníbal (SP) e Luiz Carlos Hauly (PR) apontaram caminhos nesta quinta-feira (6) para controlar a inflação no país, um fantasma que voltou com força e está prejudicando os mais pobres. Para conter a alta dos preços, o governo Lula opta por elevar a taxa de juros. Isso acaba prejudicando justamente o trabalhador, que vai pagar mais caro os juros dos financiamentos.

Nos primeiros quatro meses de 2010, a inflação para os brasileiros de baixa renda foi a maior dos últimos seis anos. A elevação foi concentrada nos preços dos alimentos, principal item de consumo para os mais pobres.

Para Aníbal, a inflação é o pior dos impostos. Ele lembrou que a adoção do Plano Real e o controle da inflação melhoraram a renda dos trabalhadores. “Este é um bem que a sociedade adquiriu e não podemos fazer nenhum tipo de concessão. A inflação vai no bolso do trabalhador e tira o seu poder de compra”, destacou. Para o tucano, o governo deveria fornecer crédito “sem artificialismo”, ou seja, de forma consciente para evitar o endividamento da população.

Já Hauly defendeu a diminuição da carga tributária para melhorar a condição de vida dos trabalhadores. “O caminho é desonerar totalmente os impostos da comida, de medicamentos, dos artigos de higiene e dos itens básicos de consumo da população. Outra medida é fazer com que os juros ao consumidor não tivessem impostos”, ressaltou, ao ponderar que os elevados tributos afetam a renda das famílias.

O governo do PT, segundo o tucano pelo Paraná, maltrata as classes mais pobres do país. “O governo endividou as famílias e, principalmente, os aposentados com um amplo programa de crédito fácil. Eles procuraram um caminho mais fácil que levou as pessoas à inadimplência”, explicou o tucano, ao reiterar a necessidade de reforma do sistema de impostos.

Cesta básica mais cara

A cesta básica ficou mais cara em 16 das 17 capitais pesquisadas em abril pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Leite, tomate e feijão foram os alimentos que mais subiram de preço.

A alta de 5% entre janeiro e abril do Índice de Preços ao Consumidor Classe 1 (IPC-C1) é mais que o dobro dos 2,1% apurados no mesmo período de 2009. O índice mede a alta dos preços para os brasileiros de baixa renda (entre um e 2,5 salários mínimos). Os produtos alimentícios passaram por elevação ainda maior - 8,6% nos primeiros quatro meses do ano.

(Reportagem: Alessandra Galvão/Foto: Eduardo Lacerda)

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