Dívida pública alta e baixo investimento impedem melhor avaliação do Brasil
Confirmando a avaliação dos especialistas que consideram a política fiscal e econômica do governo Lula incapaz de produzir um crescimento continuado a médio e longo prazos, a agência de classificação de risco Fitch fez na última semana um alerta para a necessidade de um controle fiscal no Brasil.
A agência indicou uma possibilidade de elevação da atual nota do país, mas alertou para o fato de que a “excessiva demanda doméstica está pressionando a inflação”. Além disso, o elevado endividamento público (60% do PIB) e a baixa taxa de investimento (19% do PIB) também atrapalham a elevação da nota.
O “rating” ou nota de risco indicada pelas agências de classificação representa o grau de capacidade do país de honrar suas dívidas. Atualmente a Fitch classifica o Brasil como estável. Para alcançar nota máxima, o país ainda precisa subir sua nota de risco nove níveis.
O deputado Rogério Marinho (RN), que é economista, concorda com o diagnóstico da agência e afirma que o próximo governante do país terá um grande trabalho para fazer um ajuste macroeconômico. “O governo atual tem se caracterizado por gastar mal os recursos públicos, atendendo corporações e criando cargos comissionados e novos ministérios em excesso”, disse.
Segundo o tucano, durante um período favorável no cenário internacional, o governo Lula desprezou a oportunidade de preparar o mercado interno para um crescimento consistente e de longo prazo. “Agora será preciso realizar um forte ajuste para que não tenhamos um estado obeso, mas sim com a musculatura adequada para enfrentar os desafios que temos pela frente”, destacou.
Marinho afirma que o descontrole dos gastos do governo aliado aos gargalos da infraestrutura e a legislações ultrapassadas pressionam o custo da produção no país e prejudicam a competitividade brasileira. “O Brasil precisa urgentemente de responsabilidade fiscal e deixar de atender os apelos da demagogia de ocasião. Principalmente agora no período em que o governo tenta de todas as maneiras eleger a sua sucessora e, para isso, tem colocado em risco a estabilidade econômica do país”, concluiu.
→ Enquanto o Brasil possui um endividamento público que equivale a 60% do Produto Interno Bruto (PIB), em outros países com rating semelhante ao brasileiro essa dívida equivale, em média, a 35% do PIB. Em relação ao investimento público, a diferença também é grande: os países com nota no mesmo patamar do Brasil investem cerca de 30% do valor de toda a riqueza que produzem, enquanto aqui o valor não passa de 19% do PIB.
(Reportagem: Djan Moreno/Foto: Eduardo Lacerda)
2 de jul. de 2010
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