27 de jul. de 2010

Mais gasto e burocracia

Para Macris, governo prejudica empresas e trabalhadores ao obrigar mudança em ponto eletrônico

O governo Lula está criando mais uma dificuldade para o empresariado e para o trabalhador ao obrigar as empresas com mais de dez empregados a fornecer comprovante dos horários de entrada e saída dos funcionários. Mal recebida por ambos os setores, essa determinação do Ministério do Trabalho foi criticada pelo deputado Vanderlei Macris (SP). Para o tucano, o presidente Lula está fazendo o contrário de tudo aquilo pregado ao longo da sua vida de sindicalista.

“Isso pode causar dificuldades para o emprego”, alertou o tucano. Ainda de acordo com Macris, essa tipo de arbitrariedade é fruto da falta de gestão e de planejamento. “É um governo que não tem projeto e nem plano de ação, principalmente nessa área do Ministério do Trabalho”, reprovou.

Enquanto as centrais sindicais estão preocupadas com os problemas aos funcionários, como filas nas entradas do local de trabalho, os empresários reclamam que os novos equipamentos consumirão recursos financeiros, além de toneladas de papel, tinta e energia elétrica. Em entrevista ao “Jornal Nacional”, o secretário-geral da CUT, Quintino Severo, faz a conta: se cada trabalhador anotar o cartão quatro vezes ao dia, em 23 dias úteis trabalhados são 92 comprovantes por mês. Num período de um ano, o número chegará a quase mil comprovantes.

Já os fabricantes dos novos relógios de ponto apontam dificuldades para atender a demanda para substituir os equipamentos – cerca de 600 mil no total. O prazo inicial era 21 de agosto, mas o governo cedeu à pressão de empresários e sindicalistas e decidiu conceder mais 90 dias. Cada relógio de ponto custa entre R$ 2,5 mil e R$ 6 mil. Segundo a Confederação Nacional da Indústria, a implantação dos novos equipamentos custará R$ 6 bilhões. A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, a Fiesp, já pediu a revisão da medida. (Reportagem: Artur Filho/ Foto: Eduardo Lacerda)

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