11 de ago. de 2010

Haja embaixada!

Tucano apoia convocação de Celso Amorim para explicar ampliação de cargos no Itamaraty

O deputado Professor Ruy Pauletti (RS) condenou a atitude do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, de dobrar o número de cargos no Ministério das Relações Exteriores (MRE). Assim como o presidente do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), embaixador José Botafogo Gonçalves, Pauletti defendeu que Amorim seja convocado para explicar aos parlamentares o impacto das novas contratações.

De acordo com reportagem da revista "Isto é", Amorim pretende realizar uma mega-reestruturação no órgão, consolidada por meio de um projeto de lei prevendo a criação de 400 novos cargos de diplomatas e mais 1.065 oficiais de chancelaria. Além disso, o chanceler brasileiro trabalha para que haja reajuste de até 17,9% nos salários dos diplomatas. Atualmente, o Itamaraty gasta R$ 940 milhões com pessoal. Caso essas propostas sejam aprovadas pelo Congresso, o gasto poderá ultrapassar R$ 2 bilhões.

O parlamentar também lembrou que a gestão do ministro é questionável e sempre foi acompanhada de polêmicas. “Criar mais cargos é um absurdo por dois motivos: o Itamaraty tem uma eficiência duvidosa no cenário internacional e uma promessa dessas, em época eleitoral, significa que estão fazendo campanha”, comentou.

Como integrante da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, Pauletti acredita que a contratação de profissionais, neste momento, vai gerar um custo irreparável para o próximo governo. “É inacreditável a proposta do governo de aumentar cada vez mais funcionários e criar custos altamente desnecessários”, concluiu.

Embaixadas em toda parte
→ O aumento de salário proposto por Amorim poderá fazer com que a remuneração de um terceiro secretário, posto de entrada na carreira, passe dos atuais R$ 12.962 para R$ 15.280. Já um embaixador, que atualmente tem o salário de
R$ 18.478, passará a ganhar R$ 19.451.

→ Nos últimos oito anos, o Itamaraty promoveu a abertura de 64 novas embaixadas, muitas delas em países de pouca expressividade política ou comercial, o que gerou críticas em razão de gastos desnecessários.


(Reportagem: Renata Guimarães/Foto: Eduardo Lacerda)

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