11 de ago. de 2010

Caos iminente

Falta de planejamento do governo provocará nova crise na aviação, alerta Emanuel

“O país passará por um grave problema de transporte aéreo nos próximos anos por falta de planejamento. E mais do que isso: por falta de ação do atual governo”. Essa avaliação do deputado Emanuel Fernandes (SP) tem respaldo em estudo realizado pela Lafis, consultoria especializada em analisar e interpretar dados de mercado. De acordo com a empresa, há grande possibilidade de o país amargar mais um caos aéreo.


A consultoria alertou que o despreparo das companhias aéreas e a saturação dos aeroportos sinalizam um período difícil para os que pretendem viajar de avião nos próximos meses. Segundo o estudo, será difícil atender a demanda de forma adequada com a atual infraestrutura dos terminais brasileiros.

Para o deputado do PSDB, esse cenário nebuloso é resultado da falta de compromisso de médio e longo prazos por parte do governo Lula com a infraestrutura e com a própria população. “A atual gestão é extremamente populista e se preocupa apenas com o momento. Não estão se importando com as consequências que virão no futuro ocasionadas por essa omissão”, protestou o tucano.

Engenheiro aeronáutico formado pelo ITA, o parlamentar ressaltou que os aeroportos brasileiros funcionam “no limite” há alguns anos e que toda essa situação poderia ser diferente se houvesse um maior comprometimento e um planejamento mais adequado por parte do governo federal. “A falta da previsão de obras de infraestrutura para o longo prazo é um reflexo de todo esse comodismo”, reprovou Emanuel Fernandes.


O fantasma da má gestão
O maior problema da aviação hoje não é somente a falta de infraestrutura aeroportuária, mas também a má gestão dos aeroportos.”
Presidente do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), José Márcio Mollo, em entrevista ao "Correio Braziliense"

Demanda em alta, infraestrutura em baixa
De acordo com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), nos cinco primeiros meses do ano a demanda por voos domésticos cresceu 29,9% e a oferta, 19,7%. Já a demanda por voos internacionais avançou 11,7%, enquanto a oferta recuou 0,4%.

A Lafis estima que a procura por voos domésticos no segundo semestre do ano crescerá 35,2%. No entanto, os aeroportos não estão prontos para receber tanta gente. Entre janeiro e junho deste ano, o número de passageiros chegou a 71 milhões. No mesmo período de 2009, eram 58 milhões.

(Reportagem: Renata Guimarães/ Foto: Ag. Câmara)

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