10 de set. de 2010

Falta de gerenciamento

Hauly culpa governo do PT por queda do país no ranking mundial de competitividade

O deputado Luiz Carlos Hauly (PR) lamentou nesta sexta-feira (10) a queda do Brasil no ranking de competitividade mundial. De acordo com o relatório lançado nesta semana pelo Fórum Econômico Mundial em parceria com o Movimento Brasil Competitivo e a Fundação Dom Cabral, o país passou da 56ª posição em 2009 para a 58ª neste ano. Itens como saúde e educação primária são apontados como os principais pontos fracos do país, além da eficiência do mercado de trabalho e a prontidão tecnológica, índice que mede a capacidade da nação de conseguir acesso a recursos na área de inovação.

Hauly atribui os problemas apontados pelo levantamento à incompetência gerencial do governo federal. “O governo Lula não fez nada pela competitividade e para diminuir a carga tributária das famílias pobres. Também não fez nada pela segurança ou pela saúde públicas. Dessa forma, é claro que o Brasil não tinha como melhorar no índice de competitividade mundial”, afirmou.

O índice de competitividade é medido pela nota dada por empresários brasileiros e estrangeiros instalados no país. O Brasil alcançou a nota 4,28 em uma escala que vai de zero a sete. O 58º lugar no ranking deixa o país atrás de outras nações com economias bem mais modestas, como Brunei, Chile e Azerbaijão. Ao todo, 139 países são avaliados. A Suíça lidera o ranking com nota 5,63.

De acordo com Hauly, ao avaliar as ações federais é possível entender o porquê de o Brasil ter caído na tabela. “Este governo não tem nem nota cinco para passar de ano. Está abaixo da média e coloca em risco o crescimento da economia brasileira. Não há distribuição de renda ou apoio ao agricultor”, apontou.

Dos 139 países pesquisados, o Brasil aparece como o último em relação ao peso dos tributos. Também é o quarto pior da lista no quesito desperdício das despesas do governo e spread na taxa de juros (diferença entre os juros pagos pelos bancos na captação de dinheiro e o que eles cobram nos empréstimos concedidos).

Outro ponto "lamentável", como classificou Hauly, é o fato de o Brasil figurar entre os 15 piores em itens como rigidez do mercado de trabalho, crime organizado, custo da violência para os negócios, qualidade dos portos e problemas aduaneiros. O tucano afirma que só uma mudança na forma de governar o país pode fazer com que se alcance melhorias nesses pontos analisados pela pesquisa. Para o deputado, é necessário que se invista sobretudo nas áreas básicas como saúde, segurança e infraestrutura.


Estradas precárias diminuíram nota do Brasil

→ Segundo editorial do jornal "O Estado de S.Paulo", o país saiu-se pior por causa da deficiência de políticas públicas, além do enfraquecimento das agências reguladoras. O jornal acredita que como a carga tributária não se reduziu no período, o problema não foi de falta de recursos, mas de gestão na sua aplicação. O texto também dá um exemplo da ineficiência administrativa do governo do PT: aplicou-se menos em saneamento básico e mais em subsídio ao crédito.

→ Apesar de todos os problemas, o Brasil passou do 74º lugar para o 62º lugar na área de infraestrutura. Para o presidente do Movimento Brasil Competitivo, Erik Caramano, a melhora se deve, "principalmente, à expectativa" criada em torno das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). "Se não fossem os transportes, especialmente na parte de estradas, o Brasil teria tido uma nota melhor nessa área, por tabela, no índice geral", explicou Caramano.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Eduardo Lacerda)

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