5 de out. de 2010

Do bolso do trabalhador

Para Otavio Leite, aumento do preço da cesta básica só poderá ser contido com ampliação da produção

O deputado Otavio Leite (RJ) lamentou nesta terça-feira (5) o aumento do preço da cesta básica vendida ao consumidor em todo o Brasil. Segundo o jornal “Valor Econômico”, o custo médio da cesta básica subiu em setembro, na comparação com agosto, em 14 das 17 capitais onde o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) realiza mensalmente a pesquisa. O maior aumento foi constatado em Salvador (3,67%), depois no Rio de Janeiro (3,62%), Vitória (3,39%) e Fortaleza (3,13%).

O parlamentar defendeu o fortalecimento da produção em maior escala dos produtos incluídos na cesta básica. Segundo o deputado, somente dessa forma os preços poderão ser mantidos.“Como a produção é menor, o preço aumenta. E quanto menos oferta, maior é a procura, o que gera uma ampliação do valor daquele produto ofertado. Isso é muito ruim”, ressaltou o tucano.

O trabalhador com renda equivalente a um salário mínimo, segundo a pesquisa, teve de comprometer 45% do valor para bancar o custo da cesta. Em agosto, esse comprometimento da renda era de 44,29%. Além disso, para comprar todos os itens da cesta, o cidadão que recebe R$ 510 por mês teve de ampliar em quase duas horas a carga de trabalho em comparação com o mês anterior. A jornada passou de 89 horas e 38 minutos para 91 horas e quatro minutos.

A cesta mais cara do país, de acordo com o Dieese, continua sendo a de Porto Alegre, onde o valor subiu 1,17% e chegou a R$ 243,73. Em agosto, o valor da cesta na capital gaúcha era de R$ 240,91. Em São Paulo, a correção foi de 2,30%. Para comprar os produtos que compõem a cesta, os consumidores paulistanos tiveram que pagar cerca de R$ 241,08.

Óleo de soja, pão francês e carne puxaram a alta

Entre os produtos que ficaram mais caros estão o óleo de soja, com preço corrigido para cima em 16 das 17 capitais. De acordo com o Dieese, o que elevou o preço desse item foi a demanda em alta no mercado internacional e a baixa oferta interna de matéria-prima. A carne e o pão francês também ficaram mais caros.

Segundo a reportagem do "Valor", no caso da carne, a razão foi a longa estiagem que afetou os pastos. Isso fez com que os produtores reduzissem a oferta de animais para abate. O aumento do preço do pão foi motivado pela redução na oferta interna de trigo, com a necessidade de importação.
(Reportagem: Letícia Bogéa/ Foto: Eduardo Lacerda)

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