Os deputados Luiz Carlos Hauly (PR) e Otavio Leite (RJ) defenderam nesta terça-feira (19) punição aos funcionários da Petrobras e do Banco do Brasil responsáveis pela autorização dos anúncios na “Revista do Brasil”, publicação que defende a campanha da candidata do PT à Presidência da República. Na edição deste mês, a revista vinculada à Central Única do Trabalhador (CUT) traz na capa reportagem saudando a possibilidade de vitória da candidata petista.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proibiu ontem (18) a circulação da publicação, que tem tiragem de 360 mil exemplares mensais. Pela lei eleitoral, sindicatos não podem contribuir direta ou indiretamente com campanhas políticas. O responsável pela revista, Paulo Salvador, disse, porém, que toda a tiragem já foi distribuída. A estatal e o banco confirmam que são anunciantes da revista, mas se recusaram a informar o valor repassado, de acordo com reportagem do jornal "Folha de S.Paulo".
“Isso não pode acontecer. Existe uma legislação que proíbe e eles sabem disso. É preciso punir esses maus funcionários públicos que estão praticando esse crime. Além da punição prevista na legislação eleitoral, eles também devem devolver esse dinheiro público gasto indevidamente”, exigiu Hauly.O ministro do TSE Joelson Dias determinou a interrupção da circulação da revista por julgar que a publicação faz defesa aberta da candidatura governista. "A representante noticia e traz elementos que demonstram a divulgação, por entidade sindical, ou criada por sindicatos, de mensagens de conteúdo aparentemente eleitoral, em publicações que distribuem e também em seus sítios na internet, o que configuraria violação à Lei Eleitoral", diz a sentença do ministro.

Otavio Leite, por sua vez, disse que esse caso comprova o uso explícito da máquina pública para favorecer a candidata do PT. “É preciso punir com muito rigor os responsáveis. O TSE tem que encontrar algum mecanismo capaz de reparar o prejuízo desse procedimento irregular. No mínimo, a candidata deveria perder alguns minutos na TV. Essa utilização da máquina é algo extremamente perverso para a democracia e uma prática que tem que ser extirpada do Brasil”, condenou.
A revista é produzida pela Editora Gráfica Atitude e administrada em rodízio pelos presidentes em exercício do Sindicato dos Metalúrgicos e do Sindicato dos Bancários. Já estiveram à frente da empresa, segundo a "Folha", o deputado estadual eleito Luiz Cláudio Marcolino (PT), aliado do deputado federal Ricardo Berzoini (PT), e o vice-presidente da CUT, José Lopez Feijó, membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, conhecido como "Conselhão" do governo federal. (Reportagem: Letícia Bogéa/ Fotos: Eduardo Lacerda)
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