Denúncia contra tesoureiro do PT comprova ação criminosa à frente de cooperativa, destacam parlamentares
Para os deputados Carlos Sampaio (SP) e Walter Feldman (SP), a denúncia criminal apresentada à Justiça nesta terça-feira (19) contra o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, comprova a prática criminosa do petista durante sua gestão na Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop). O petista é acusado pelo promotor José Carlos Blat de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro por envolvimento em desvios milionários de dinheiro da cooperativa.
Vaccari foi diretor-administrativo da Bancoop e presidiu a cooperativa até março passado, quando afastou-se do cargo para assumir a função de tesoureiro do PT. Blat investiga o caso Bancoop desde 2007. O promotor suspeita que recursos desviados da cooperativa abasteceram campanhas do PT. Segundo o integrante do Ministério Público de São Paulo, a empresa Germany, fornecedora da Bancoop, teria movimentado R$ 50 milhões por meio de caixa 2.
“A Bancoop sempre foi uma fonte de renda ilícita para várias ações criminosas praticadas por integrantes do PT e, particularmente, por Vaccari. Além da ilegalidade de se apropriar do dinheiro de milhares de pessoas, a cooperativa ainda usou esse dinheiro para praticar outros atos ilícitos”, destacou Sampaio.
O tucano afirmou não ter dúvidas de que que Vaccari e os outros ex-dirigentes acusados formaram uma "organização criminosa". “A forma de proceder deles é voltada para a prática de atos ilícitos. Ou seja, pessoas se associam para praticar crimes. Portanto, está caracterizada a formação de quadrilha ou bando”, completou o deputado.
A acusação foi divulgada pelo promotor na CPI da Bancoop na Assembleia Legislativa de São Paulo. Se a denúncia for aceita, Vaccari se tornará réu em um processo criminal. O pedido será analisado na 5ª Vara Criminal da capital paulista.
O deputado Walter Feldman afirmou que a denúncia é grave e cobrou agilidade nas investigações para punir os envolvidos nos crimes. “A Bancoop utilizou recursos dos seus associados para outros fins, e não para atender o interesse da população, que seria a construção de casas populares. É preciso ir a fundo nas investigações para esclarecer a ação de uma quadrilha do crime organizado e para que os acusados sejam imediatamente punidos e a sociedade possa ser protegida deles”, defendeu.
Segundo o MP, diretores assistiram F1 e se hospedaram em hotel de luxo por conta da cooperativa
→ Segundo a Agência Estado, a denúncia do promotor tem 81 páginas e usa como base laudo produzido pelo laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro, órgão da Procuradoria-Geral de Justiça de São Paulo. Blat classificou a Bancoop como “uma verdadeira ONG criminosa”.
→ O rastreamento feito pelo promotor em 8 mil cheques mostrou “movimentações escandalosas, absurdas”. Ele citou despesas de R$ 100 mil em um pagamento de estadias no hotel Grand Hyatt São Paulo e em reservas feitas pela direção da cooperativa durante os GP de F-1 de 2004 e 2005. O promotor requisitou à direção do hotel quem se hospedou com recursos da Bancoop.
→ Blat também afirmou que os desvios e prejuízos causados pelos acusados à Bancoop somam R$ 170 milhões. Os ex-dirigentes foram denunciados por lavagem de dinheiro e 1.633 operações que configuraram estelionato forma identificadas.
(Reportagem: Alessandra Galvão/Foto: Eduardo Lacerda)
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19 de out. de 2010
Desvio milionário
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