O deputado Eduardo Gomes (TO) condenou nesta sexta-feira (22) a atitude de Israel Guerra, filho da ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra, de ter cobrado R$ 40 mil de propina do ex-piloto de motovelocidade Luís Corsini. Para o tucano, os novos fatos revelados ontem comprovam a existência de um esquema de tráfico de influência no governo Lula operado por familiares de integrantes do primeiro escalão.

“Com essas revelações, a população tem cada vez mais a oportunidade de não deixar que atitudes como essa fiquem impunes. Tenho a esperança de que o Brasil não tenha que assistir permanentemente a episódios semelhantes”, ressaltou Eduardo Gomes.
O ex-piloto disse ainda que se não fosse a ajuda de Israel, não teria recebido o patrocínio. Segundo o deputado, houve uma prestação de serviço remunerado ilegalmente por algo irregular, sob o patrocínio de pessoas envolvidas em um crime de corrupção.
Luís Corsini disse que pagou a "taxa de sucesso" de Israel em três parcelas. A primeira, de R$ 9 mil, teria sido entregue por meio de cheque assinado pelo presidente da Federação de Motociclismo do Distrito Federal. O dinheiro era parte do patrocínio recebido da Eletrobras por intermédio da federação. Corsini diz que fez o pagamento em agosto de 2008 e, logo em seguida, desembolsou mais R$ 11 mil em espécie. O ex-piloto sustenta ainda que dois meses depois, quando saiu a segunda parte do patrocínio, pagou mais R$ 20 mil a Israel.
"Repassei o dinheiro ao vivo e a cores"
→ Luís Corsini afirmou à Polícia Federal que no início de 2008, pediu sem sucesso, um patrocínio de R$ 200 mil à Eletrobras. O quadro só mudou depois que contratou os serviços de Israel por intermédio de um amigo comum, identificado apenas como Ralf. O filho da ex-ministra teria negociado o acordo na casa de Corsini. Uma semana depois, a Eletrobras aprovou a proposta rejeitada anteriormente. "Repassei o dinheiro ao vivo e a cores ao Israel na minha casa", sustenta o ex-piloto, segundo o jornal "O Globo".
→ Ano passado, depois que rompeu com Israel, o pedido de patrocínio foi rejeitado. Segundo Corsini, Erenice Guerra teria intercedido contra ele. O ex-piloto disse também que se desentendeu com Israel porque o filho da ex-ministra exigia pagamento à vista da "taxa de sucesso", eufemismo para propina. Ele disse que soube da suposta ligação de Erenice para a Eletrobras por meio de uma funcionária da estatal.
(Reportagem: Letícia Bogéa/ Foto: Eduardo Lacerda)
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