11 de nov. de 2010

Estudantes à deriva

Candidatos do Enem não podem ser lesados pela incompetência do governo, afirma Raquel Teixeira

O governo federal não pode abandonar os mais de 3,3 milhões de estudantes prejudicados pelos erros de impressão nas provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Além disso, o Ministério da Educação (MEC) deve dar credibilidade ao exame resolvendo logo a questão para acabar com a indefinição sobre o preenchimento das 48 mil vagas oferecidas para a seleção por 36 universidades de todo o país. Essa é a avaliação feita nesta quinta-feira (11) pela deputada Professora Raquel Teixeira (GO) diante também da falta de entendimento sobre o problema dentro do Executivo.

Depois da confusão criada pelas falhas, o presidente Lula contrariou o ministro da Educação Fernando Haddad e disse ontem (10) que, se for preciso, o governo fará uma nova prova. Mas em nota, o MEC insistiu que não há necessidade de refazer o teste para todos os candidatos. E manteve a intenção de reaplicar a seleção apenas para os cerca de 2 mil alunos que receberam cadernos de questões com erros.

“A fala do presidente Lula reconhece que o problema é muito sério e, por isso, os estudantes não podem ficar lesados. É uma pena para o Brasil que vai pagar um custo alto. É um custo altíssimo também para os estudantes que estão inseguros e fizeram despesas de deslocamento. E sem uma solução é mantida em suspense a entrada nas universidades”, avaliou a deputada.

Segundo a tucana, o governo deveria descentralizar a realização das provas, assim como é feito nos Estados Unidos. A tese da deputada também foi defendida pelo professor Mozart Ramos Neves, integrante do Conselho Nacional de Educação (CNE) e ex-reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo", Neves afirmou que os problemas de logística seriam reduzidos se cada região ou Estado pudessem aplicar a seleção de forma independente e em datas diferentes.
“Temos que pensar em alguma forma de descentralizar a aplicação. Mas acho difícil porque o Partido dos Trabalhadores tem mania de centralizar e controlar tudo”, ponderou a parlamentar. (Reportagem: Artur Filho/Foto: Eduardo Lacerda)

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